Augusto Aguiar
Mesmo após ter a prisão revogada pela Justiça, há três dias, a manicure Adriana Ferreira Almeida, conhecida como a viúva da Mega Sena, acusada e sentenciada como mentora do assassinato do marido Renné Sena, em 2007, até a tarde de ontem ainda não havia deixado a penitenciária Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ela havia sido beneficiada com prisão domiciliar.
Adriana teve de permanecer na unidade prisional por conta da ausência de uma tornozeleira eletrônica, uma das condições impostas pela Justiça para que ela fosse para casa. O equipamento está em falta desde que o estado atrasou o pagamento à empresa responsável pelo fornecimento da tornozeleira. A dívida chega a cerca de R$ 5 milhões. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que Adriana permaneceria na prisão uma vez que não há disponibilidade de tornozeleira eletrônica, conforme a determinação judicial. A Seap disse ainda que a situação está sendo comunicada à Justiça e esclarece que para adquirir a tornozeleira o advogado dela deve entrar em contato com a empresa Spacecom.
Em novembro, o estado aprovou uma lei que obriga os presos a comprarem os próprios dispositivos de monitoramento caso tenham a possibilidade de cumprir a pena em regime aberto ou semi-aberto.
Há uma semana, Adriana havia sido condenada pelo Tribunal do Júri de Rio Bonito a 20 anos de prisão. A defesa recorreu e pediu que Adriana aguarde a análise do recurso fora da cadeia. A família luta na Justiça para conseguir a liberação de R$ 120 milhões retidos em uma conta da Caixa Econômica Federal. A quantia é pedida pela filha da vítima, Renata Senna.