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A defesa da ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) permanece com a estratégia de atribuir suspeição à juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, responsável pelo processo em que a pastora é ré acusada de participação na morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. Os advogados que defendem Flordelis acusam a magistrada de parcialidade na condução do caso.
Para corroborar a tese, a defesa anexou ao processo um estudo no qual são comparados os depoimentos em juízo de Flordelis e do delegado Allan Duarte, ex-titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSG), responsável pelas investigações e finalização do inquérito. O documento afirma que houve disparidade nas interrupções feitas pela juíza.
"A depoente Flordelis dos Santos de Souza foi interrompida em sua fala pela magistrada em frequência absoluta (total) e relativa (interrupções por minuto) superior ao senhor Allan Duarte Lacerda, indicando comportamentos distintos e parciais da magistrada em relação aos depoentes analisados", afirma o estudo, assinado pelo professor Sidnei Rinaldo Priolo Filho, da Universidade Federal de São Carlos (UFScar).
A defesa também anexou ao processo um vídeo contendo partes do depoimento de Flordelis, no qual os advogados afirmam acontecer as supostas interrupções;.De acordo com a advogada Janira Rocha, que compõe a defesa da ex-parlamentar, já foi feita petição para análise do recurso na 2ª Câmara Criminal. No entanto, ela afirma que o desembargador Celso Ferreira Filho marcou para esta terça-feira (24) o julgamento sem levar em consideração provas apresentadas.
"Já peticionamos. A questão é que o desembargador Celso marcou o julgamento hoje sem levar em consideração nossas provas. Laudos, vídeos e testemunhas. Não houve instrução antes da marcação do julgamento. Vamos contestar isto", afirmou a advogada. É importante ressaltar que esta não é a primeira vez que a defesa da líder religiosa acusa a juíza responsável pela condução do processo de parcialidade. No entanto, o pedido de suspeição foi negado pela Justiça.
Presa e aguardando júri popular
Flordelis foi presa, na noite de sexta-feira (13), acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, em agosto de 2019. A captura aconteceu dois dias após ela perder o mandato de deputada federal e, consequentemente, a imunidade parlamentar. Agora, a pastora aguarda definição da data em que ela e outros acusados irmão a júri popular.