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Um vídeo que circula nas redes sociais desde terça-feira (29) mostra pescadores sendo resgatados por marinheiros mercantes na Baia de Guanabara, minutos depois de terem a embarcação atingida por uma baleia jubarte. O animal estaria transitando pela região há pelo menos quatro dias e já foi visto em vários pontos da Baía.
O ambientalista Sérgio Ricardo, um dos fundadores do Movimento Baía Viva, afirma que o fenômeno é raro. De acordo com o ambientalista, as correntes marítimas até podem atrair baleias para a costa do Rio de Janeiro, o que permite que elas sejam vistas eventualmente. No entanto, Sérgio Ricardo diz que em trinta anos de monitoramento nunca tinha visto uma jubarte permanecer por dias no interior da Baía.
"Possivelmente, este animal estava se deslocando pela costa do sudeste em busca de alimento e de acasalamento. Dizer qualquer coisa, além disso, é "chute". É um fenômeno raro, não tenha dúvidas. Mas, isso mostra que é possível a restauração ecológica da Baía, que a Baía está viva", afirma o ambientalista.
Sérgio Ricardo afirma que o tráfego de embarcações na Baía costuma afastar animais desse porte. "O tráfego de embarcações por ali é intenso. Dados oficiais do Ibama, de dezembro de 2019, dizem que 10 mil embarcações trafegavam por ano na Baía, entre navios e rebocadores, principalmente vinculados ao pré-sal. Aquelas águas se transformaram em um grande estacionamento industrial. A ecologia da paisagem vem dando lugar a uma paisagem de ferro", lamenta Sérgio.
Apesar disso, Sérgio Ricardo se mostra confiante para que fenômenos como esse se torne cada vez mais comum. "No ano passado, recebemos imagens de pescadores que encontraram um tubarão-baleia na região. São fatos raros, mas que nos enchem de esperança", conclui o ambientalista.