Raquel Morais
Para quem pensou em economizar para as férias de julho ou gastar uma grana extra com as tradicionais festas juninas, o Indicador de Propensão ao Consumo, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), apontou que 58% dos consumidores vão reduzir os gastos nesse mês. Dessas pessoas 23% querem economizar, 18% afirmam percer os preços mais altos, 15% estão com muitas dívidas e 10% tiveram a renda familiar diminuída.
Um comerciante que preferiu não se identificar disse que as vendas no segmento de roupas diminuiu cerca de 20%. E as comercializações que estão sendo feitas, são no cartão de crédito. O perfil do cliente mudou, ele pede para parcelar mais, ou quer descontos no pagamento a vista e tem muita pesquisa de preço. O cliente entra na loja, experimenta, tira foto e vai embora. Isso acontece muito, comentou.
Segundo nota a maior parte (42%) diz estar no zero a zero, sem sobra nem falta de dinheiro. Já 37% dizem estar no vermelho, sem conseguir pagar todas as contas e somente 15% dizem estar com sobra de dinheiro. A quantidade de consumidores no limite de seu orçamento pode ser reflexo da crise econômica, mas também não se pode desconsiderar a falta de organização financeira, que leva ao acúmulo de dívidas e a todas as consequências que decorrem do aperto, como o stress e até o desentendimento familiar, afirmou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. O tempo que o consumidor passa cuidando de suas finanças pode determinar se, no final do mês, ele estará em aperto e dificuldades ou com as contas em dia, completou.
O Indicador de Uso do Crédito apontou que 42% dos consumidores disseram ter utilizado algum tipo de crédito em abril, sendo que o cartão de crédito foi a modalidade mais usada (36%), seguido de cartão de loja e crediário (14%) e limite do cheque especial (6%). Houve também utilização de empréstimos (4%) e financiamentos (3%), modalidades com critérios de concessão mais rigorosos, segundo informe oficial.