Wellington Serrano -
As vendas para o Natal devem crescer apenas 3% na comparação com 2016, segundo estimativa divulgada nesta quinta-feira (30) pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio), que ouviu 750 lojistas (51% de lojas de rua e 49% de shopping), da cidade do Rio de Janeiro.
Em Niterói, as coisas andam tão feia que até o Papai Noel locutor de uma loja de colchão, na Rua Visconde Uruguai, pensa em desistir. Grandger Barroso, que há 15 anos segue no ramo com a sua caixa de som, desabafou: A cada ano está mais pesado trabalhar o dia inteiro por apenas R$ 50 e estar à disposição de alguns lojistas que não dão valor à nossa profissão.
O gerente de uma loja de roupas no Centro, Cleidson Rafael, levou na esportiva e disse que é uma pena o bom velhinho não poder fazer um milagre no pagamento da primeira parcela do 13º para animar o consumidor. O movimento está fraco. Os lojistas esperam alavancar as vendas do Natal mesmo quando for pago a segunda parcela do salário extra para recuperar o prejuízo, apontou.
Mesma opinião da diarista Maria de Nazareth Silveira, que deixou bem claro para o vendedor que as roupas não eram para presentear no Natal e sim para dar de aniversário ao marido, que troca de idade perto da festa natalina. Na noite da ceia ele vai usar o mesmo presente dado, é a crise, lamentou.
O presidente do Sindilojas Niterói, Charbel Tauil, apontou que o varejo apresentou desempenho modesto na maior parte das datas comemorativas e sofre com o atraso nos salários dos servidores e contratados do estado. "A expectativa do comércio aqui em Niterói é de um aumento da ordem de 3%, na média de todos os segmentos, nas vendas neste final de ano, podendo chegar a até 5% caso o governo do Estado regularize os pagamentos do funcionalismo, o que haverá de proporcionar um significativo impulso para o movimento lojista", torceu o presidente.
Também em âmbito estadual
Em função do comportamento atual do consumidor, beneficiado por inflação e juros em queda, os empresários do comércio também estão na esperança para boas vendas de Natal. A pesquisa realizada pela Fecomércio RJ/Ipsos apontou a expectativa de alta de apenas 3% no faturamento deste ano em comparação a 2016.
A Fecomércio informou que, em relação aos pedidos para o período, 65 mil estabelecimentos fluminenses pretendem realizar ou já realizaram as encomendas para o Natal. Segundo o órgão, 82% dos empresários seguem com a intenção de ter produtos natalinos. Os comerciantes afirmam que foram feitas as encomendas nos mesmos meses do ano anterior, predominando os pedidos entre outubro e novembro, disse em nota.