Raquel Morais -
A venda de drones em todo Estado aumentou na casa dos 30% este ano. O apontamento foi realizado por representantes do segmento, lojas e cursos especializados, que estimam um crescimento ainda maior do uso desses equipamentos ao longo dos meses. Mas para ter um drone é preciso tomar cuidado e respeitar as regras, que não são poucas. Além de uma autorização para utilização do espaço aéreo, é preciso um curso que tem como base a Legislação Brasileira sobre uso de Drones, além de vínculo com Força Aérea Brasileira (FAB), através de alguns departamentos e agências.
O uso do drone vai muito além da recreação e ele é cada vez mais usado como ferramenta de trabalho. Para negócios várias áreas estão usando o equipamento como agronegócios, mapeamento, monitoramento de plantações, acompanhamento de construções, filmagem de estradas e até inspeção predial, na substituição de andaimes, por exemplo.
O dono do curso TJ Drones, Telmo Jardim, sabe bem o que é essa pluralidade no uso dos drones e percebe o aumento de mais de 80% na procura pelo curso. Temos muitas regras para respeitar, limites de altura e documentações que são fundamentais para o uso regular do equipamento e o usuário tem que ter ciência disso para usar com responsabilidade, contou o empresário.
A analista socioambiental Neri Olabarriaga, de 48 anos, desenvolve projetos na área ambiental e conseguiu economizar tempo e dinheiro na montagem dos projetos. Vi no drone um potencial para agregar valor ao meu serviço e o uso vem crescendo em muitas áreas. A partir disso eu adquiri meu drone para desenvolver minhas atividades. Hoje faço fiscalização e monitoramento de atividades ambientais e desenvolvo cursos de pilotagem avançada e básica para o videomonitoramento e aerofotogrametria. Quando falamos drone estamos falando de soluções ambientais, redução de custos, de tempo de trabalho, além de minimizar em 100% o risco de segurança dos profissionais, contou.
O especialista ressalta que tanto para o uso recreativo quanto para o uso profissional não se pode levantar voo sem autorização do Decea. Para o equipamento é exigida uma homologação na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e cadastro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para obtenção do acesso ao Sistema de Aeronaves não Tripuladas (Sisant). Esse último é uma chave de acesso para comunicação com a Anac e autorização para o voo. Toda vez que for usar o drone é preciso pedir a autorização no Sisant e isso leva poucos minutos, mas é fundamental, completou Telmo. Já para a pessoa física é necessário um registro como piloto do Decea, que passa por análise de cerca de 10 dias até ser liberado um código operacional para a aptidão dos pedidos dos voos no Sisant. É muito além de um brinquedo e, por isso, o curso é educacional e preparatório, completou Telmo, que disse que o curso varia entre 8h e 16h e pode custar de R$ 690 até R$ 1900.
O gerente de uma importadora no Centro de Niterói, que comercializa esses equipamentos, viu as vendas aumentarem em 30% no comparativo de setembro de 2018 com o mesmo mês de 2019. Os aparelhos custam entre R$ 3 mil e R$ 70 mil e são usados de forma profissional e recreativa. Temos um mercado promissor e continuamos em ascensão, tanto que vamos inaugurar mais uma loja em Minas Gerais, exemplificou Bruno Grecco.
DRONES EM NÚMEROS
A Anac tem regulamento complementar às normas de operação de drones estabelecidas pelo Decea e pela Anatel. Em dezembro de 2017 havia 27.862 pessoas cadastradas em todo o país e no Rio de Janeiro eram 3.618. Até setembro de 2019, no Brasil esse número já estava em 62.936 e somente no Rio de Janeiro são 9.470 cadastros, um aumento de 172%.
ALGUMAS REGRAS
Não pode passar em cima das pessoas
Não pode invadir residências
Não pode sobrevoar áreas de segurança como presídios e delegacias
Não pode sobrevoar estações de distribuição de energia