Especialista afirmam que há grandes chances do vazamento de óleo chegar à região da Costa do Sol fluminense. Concidência ou não, nessa semana, aconteceram vários registros de animais marinhos encontrados mortos e que vão passar por análises. Nas praias de Macaé, Rio das Ostras e Saquarema, em menos de 48h quatro animais marinhos foram encontrados mortos.
Em Macaé, um golfinho foi encontrado morto na Praia dos Cavaleiros, e também uma tartaruga gigante. Em Rio das Ostras, duas tartarugas, espécie Pente, amanheceram mortas na Praia do Centro, na manhã de última quarta-feira. Já na manhã de quinta-feira, um golfinho, espécie Nariz de garrafa, apareceu morto na Praia da Vila.
Em entrevista ao jornal O Debate, de Macaé, o professor e gestor ambiental, Júlio Leitão, afirmou que a morte desses animais em curto espaço de tempo não é normal. Para ele, a principal suspeita é que eles tenham tido contato com o óleo que vazou na costa da região nordeste e tenham morrido por intoxicação, mas nenhuma hipótese foi descartada.
Existe grande chance do vazamento de óleo vir para a costa da região fluminense, pois em curto prazo, esse desastre ambiental chegou muito rápido no Espírito Santo, avaliou Júlio, que acredita que o número de animais que morreram após o contato com o petróleo cru seja maior.
Para ele, a morte dos animais é vista como um alerta da possibilidade do material chegar ao litoral do Rio de Janeiro. Segundo o ambientalista, a mancha pode atingir primeiro a costa litorânea de São João da Barra, vindo de Quissamã, Macaé, Rio das Ostras até chegar à Região dos Lagos.
Diante da situação alarmante, o governo do estado criou um grupo de trabalho especial para a vigilância da costa fluminense. O objetivo é garantir uma pronta resposta se o vazamento de petróleo chegar ao litoral. Agentes da Defesa Civil, Bombeiros e militares do exército de 25 cidades do interior do estado foram capacitados para atuar nas praias da região norte fluminense e baixada litorânea, em caso de emergência.
Segundo órgãos federais, a substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos ambientais nas cidades litorâneas.
Em nota, a Prefeitura de Rio das Ostras informou que as tartarugas estavam em estado de decomposição e os corpos não puderam passar por análises para saber a causa da morte. Já os golfinhos que apareceram mortos em Macaé e Saquarema foram encaminhados para o Centro de Tratamento de Animais Marinhos (CTA) de Araruama, mas até o fechamento da edição não informaram o resultado do laudo da análise.