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Um diferencial humanizado na rede pública de Saúde em Maricá
Um diferencial humanizado na rede pública de Saúde em Maricá
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 02 de junho de 2021FacebookTwitterInstagram

O setor de Humanização da Rede de Urgência e Emergência (RUE) do município de Maricá tem recebido cada vez mais retornos positivos do público em relação aos projetos voltados ao bem-estar dos pacientes e atendimento humanizado no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã e no Posto de Atendimento 24h Santa Rita, em Itaipuaçu, e no novato Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí. Graças ao trabalho da Humanização o Che, desde a inauguração, em maio do ano passado, e o restante da rede, colecionam belas histórias.

Uma delas é a do casal Weber Ferreira Nunes, 56 anos, e Adalgiza dos Santos Carvalho Nunes, 56, cujo vídeo da equipe de enfermagem viralizou na internet e chegou a ser exibido em uma rede nacional de tv a cabo, na última sexta-feira (28). Internados no Che com um dia de diferença, Weber no dia 25 de maio e Adalgiza no dia 26, se reencontraram na Semi-Intensiva 2, após uma passagem dela por alguns dias pelo Centro de Terapia Intensiva.

Quando ela teve alta do CTI, a equipe de enfermagem fez uma surpresa ao colocarem o casal com 38 anos de casamento juntos no mesmo quarto. Muito emocionados, renovaram seus votos de matrimônio, com alianças simbólicas de plástico feitas pelos profissionais da saúde, que organizaram a surpresa – enfermeiros Annie Katerine e Leonardo Almeida; técnicos de enfermagem Gino Possoni, Ana Lucia Santana, Maysa Pereira e Marcela André; e o médico Gustavo Solano. Os pacientes tiveram alta neste fim de semana, também com festa.

“A gente percebe que nossa saúde melhora a cada dia graças à integração de toda equipe. É muita gente cuidando com um carinho enorme de nós. Eles fazem de tudo para que a gente se sinta à vontade aqui. Em lugar nenhum do país tem uma estrutura como essa daqui de Maricá de graça”, afirma Weber, microempreendedor morador de Guaratiba.

O casal tem dois filhos e três netos. Adalgiza conta que não imaginava a repercussão do vídeo, que só na página oficial da Prefeitura foi compartilhado quase 400 vezes e alcançou mais de 34 mil pessoas: “Estar juntos no mesmo quarto já era uma linda surpresa. Estou feliz por ter sido tratada pela ‘família Che Guevara’!”, comentou a professora aposentada.

O Che ainda conta com o “Abraço Musical”, da enfermagem, em que membros equipe, que são músicos, tocam e cantam canções para os pacientes; o “Passeio Solário”, da Psicologia, que socializa pacientes ao promover encontros enquanto estão no banho de Sol nas áreas internas e ao ar livre do hospital; fotos terapêuticas pelos corredores; e nas TVs, são exibidos filmes e episódios de uma série gravadas por palhaços profissionais para entreter os pacientes. Além das cotidianas videochamadas entre pacientes e familiares feitas pelo Serviço Social.

Entre as ações em destaque nas demais unidades de saúde de Maricá, como o Conde, estão o projeto “Aquarela”, voltados para o público infantil; o “Cuca Fresca”, para crianças alfabetizadas e adultos; e o “Televisitas”, visitas de videochamadas para os pacientes com a Covid-19, que é realizado em parceria com a Assistência Social das unidades. Além do novo “Meu Primeiro Retrato, de fotos dos recém-nascidos como presente da maternidade; “Humanizarte”, que alegra pacientes e funcionários em momento de descontração com música; e em breve será implantado o projeto “Mãe e bebê”, que irá presentear os recém-nascidos com enxoval e kit de higiene para a mães.

A secretária municipal de Saúde, Simone Costa, explica que os projetos têm o objetivo de tornar o ambiente hospitalar mais agradável, acolhedor e alegre. “Está no nosso escopo, enquanto gestores da Secretaria de Saúde de Maricá, fazer o SUS funcionar e de forma mais humana, capacitando nossos profissionais, que trabalham com amor, por missão de vida”, afirma Simone.

De acordo com o coordenador da Humanização da RUE de Maricá, Jessé Paz, são diversas ações realizadas na pediatria e clínicas médicas das unidades e a intenção dos projetos é ocupar ao máximo o tempo ocioso dos pacientes internados na pediatria, visando diminuir o tempo de uso no celular.

“Tanto o ‘Aquarela’ quanto o ‘Cuca Fresca’ têm sido sucesso entre os pacientes e acompanhantes, além das demais programações que são realizadas. Nossa ação de visitas de videochamadas, implantada no início da pandemia, possibilitou muito a aproximação dos pacientes com as famílias. São detalhes que fazem a diferença”, observa Jessé.

Além das atividades de pintura e desenho com as crianças internadas, e os caça-palavras para jovens e adultos, o setor ainda realiza os projetos: tele visitas, médicos do amor, Humanizarte, ouvidoria resolutiva, pós-atendimento via telefone e pesquisa de satisfação do usuário.

As ações têm levado maior satisfação para os pacientes durante o tempo de espera pelo atendimento, como é o caso da auxiliar de Saúde Bucal, Priscila Pereira Ribeiro, mãe da Larissa Vitória e Emilly, de 9 e 5 anos, que receberam kits com desenhos e lápis de cor para colorir, através do projeto “Aquarela”. O atendimento à família da Priscila foi realizado na UPA de Inoã.

“Vim à unidade porque elas apresentaram sintomas gripais. Enquanto aguardam, elas ficaram se distraindo e pintando. Isso é bom para toda criança. A minha filha Letícia está muito triste com a mudança de rotina por conta da pandemia. Sente falta dos amiguinhos e percebo que mesmo sendo criança, ela fica preocupada”, comenta a mãe.

O médico diretor técnico do Hospital Municipal Conde Modesto Leal, Glauco Pontes, destacou que o tratamento humanizado é uma das prioridades das unidades de Maricá e as equipes têm se esforçado para unir a qualidade e humanização nos atendimentos.

“O atendimento humanizado é importante porque passamos a enxergar o paciente como um ser humano e não apenas como uma doença ou diagnóstico. O paciente passa a se sentir bem na unidade, por poder conversar com diversos profissionais, ter um atendimento mais completo, tanto do ponto de vista da doença que ele veio tratar, mas também do psicológico, dentre outros aspectos. A importância do atendimento humanizado é enxergar a necessidade do paciente como um todo, para que a enfermidade que ele veio tratar, seja avaliada e cuidada de maneira ampla”, pondera o médico.

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