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O Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Universidade Federal Fluminense (UFF), divulgou uma nota, nesta quarta-feira (23), em que recomenda, com máxima urgência, o retorno das medidas rígidas de distanciamento social em Niterói, inclusive o lockdown.
Os professores da universidade se baseiam nos dados da prefeitura, que indicam que a pandemia atingiu o maior pico no fim de novembro, com 1.113 casos semanais e ocupação de quase 80% de leitos de UTI. Outro fator que os docentes levaram em consideração é que a taxa de isolamento social está em 40%, contra 62% da época do lockdown.
O sistema de mortalidade, que é atualizado no site da Secretaria municipal de Saúde, registrou 939 óbitos até novembro por coronavírus. Atualmente, diz a nota, a taxa de mortalidade é de 113 por 100 mil habitantes, considerada bastante elevada.
Os docentes afirmam ainda que, apesar do município ter assinado uma acordo com o Instituto Butantan para a aquisição da vacina, Niterói está longe de ter a a maior parte da população imunizada.
Os dados mostram um cenário bem pior que o dos meses iniciais da pandemia. É hora de medidas mais firmes para salvar vidas!, encerra a nota.
Segue a íntegra da nota:
Nós, docentes do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Universidade Federal Fluminense (UFF), manifestamos, por meio desta nota, nossa preocupação e recomendamos, com a máxima urgência, o retorno das medidas rígidas de distanciamento social, incluindo a reinstituição de lockdown na cidade de Niterói/ RJ.
Segundo a Prefeitura de Niterói (no site SIGEo), a pandemia atingiu no final de novembro (semana epidemiológica 47) o maior pico até o momento, com 1.113 casos semanais, e ocupação de quase 80% de leitos de UTI. Segundo esse mesmo site, o isolamento social em dezembro tem sido de cerca de 40%, bem abaixo do período inicial, quando, sob o lockdown, foi alcançado um patamar de 62% na semana epidemiológica 13 (22 de março a 28 de março).
Quanto à mortalidade, o Sistema de Informações (SIM), atualizado na página da Secretaria Estadual de Saúde, registrou 939 óbitos até novembro com causa básica atribuída ao coronavírus (CID-B34). Esse número supera o divulgado na página oficial Curto Niterói, que a prefeitura do município mantém na rede social Instagram, provavelmente porque as notificações dependem de exames confirmatórios, enquanto a declaração de óbito segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, considerando os critérios clínicos. Com base nos números oficiais 584 óbitos , a taxa de mortalidade é de 113 por 100 mil habitantes, bastante elevada.
Embora Niterói tenha se programado para adquirir uma das possíveis vacinas disponíveis, ainda está longe de termos a maior parte da população protegida. Os dados acima mostram um cenário bem pior que o dos meses iniciais da pandemia. É hora de medidas mais firmes para salvar vidas!.