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Uerj reabre, mas não tem aula
Uerj reabre, mas não tem aula
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 24 de agosto de 2017FacebookTwitterInstagram
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Raquel Morais - Prometida para retornar as aulas nesta quarta-feira (23), a Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no Patronato, em São Gonçalo, não recebeu os calouros no campus. Apesar de a unidade estar aberta, professores, técnicos administrativos e alunos permanecem em greve. Corredores e salas vazias chegavam a ecoar tamanho silêncio. Apenas uma recepção dos calouros foi ministrada pela vice-diretora Mariza de Paula Assis. Mas os novatos não foram assistir, pelo menos no turno na manhã, e somente alguns funcionários estiveram presentes. Uma assembleia será realizada hoje, às 14h no Campus Maracanã, Zona Norte do Rio, para decidir o retorno ou não dos docentes. Já na segunda feira, às 14h, em São Gonçalo, outra assembleia entre a comissão estudantil decidirá o rumo do segundo semestre de 2017. O membro do Comando de Greve local Ricardo Santori comentou que embora a reitoria tenha afirmado que a Uerj tem condições mínimas para retorno das atividades, na prática isso não é verdade. “Não existe nenhuma proposta de regularização dos pagamentos. Então essa semana estão acontecendo reuniões dos comandos de greves e membros do poder executivo para ver se há possibilidade no aporte de recursos para manutenção, limpeza e segurança da faculdade, além da regularização dos salários”, comentou. A professora de Biologia, Regina Mendes, de 42 anos, disse que aderiu ao movimento junto com os colegas e aguarda posição após a assembleia. “Mantenho a greve, mas também sou coordenadora de curso e tenho que vir trabalhar. Dar aula nesse momento é um desrespeito com a minha categoria”, explicou. O décimo-terceiro salário está atrasado e o calendário de pagamento de agosto ainda não foi divulgado, apesar de na semana retrasada os pagamentos de maio, junho e julho terem sido regularizados. “Além dos docentes, os estudantes reiteraram a continuidade da greve. Agora temos que aguardar, mas a unidade continua aberta”, completou Mariza de Paula Assis, que disse que cerca de 500 novos alunos foram aprovados para esse segundo semestre. O universitário Dayllan Souza Alho, de 21 anos, é membro da comissão estudantil e disse que uma nova reunião vai decidir pela manutenção da greve dos alunos. “Decidimos pela manutenção na assembleia da semana passada. Queremos boas condições de estudo para todos que trabalham na faculdade”, reforçou o jovem, que está no sétimo período de Geografia, e também clamou pela volta do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Apesar dos corredores e salas de aula vazios, os alunos que fazem pós-graduação, mestrado e doutorado na unidade permanecem em aula. O doutorando em História Nathan Pereira, de 28 anos, teve orientação do seu projeto normalmente na manhã de ontem. A mestranda também em História, Érica Araújo, de 24 anos, comentou a situação. “Tive aula e orientação, mas entendo esse problema que todos acabam enfrentando. Temos que lutar pelo ensino”, finalizou.

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