Raquel Morais -
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) retomou ontem as aulas de 2017, apesar de a reitoria reconhecer que a situação não está normal. No campus São Gonçalo, Faculdade de Formação de Professores, os alunos retornarão totalmente às aulas nesta quarta-feira (23). Na Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), no Barreto, as aulas efetivamente começaram nesta segunda-feira (21), porém, após uma hora de ensino uma queda de energia fez com que os professores liberassem os alunos. Funcionários terceirizados dessa unidade aguardam os pagamentos dos salários atrasados desde junho.
A Reitoria da Uerj informou que, após ter ouvido o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, reunido em 18 de agosto, decidiu que a universidade detinha as condições mínimas para o início das aulas do primeiro semestre de 2017. Ressaltou, no entanto, que a situação não está normal e ainda permanecem pendentes de regularização o pagamento do décimo-terceiro salário de 2016 e de algumas modalidades de bolsas, inclusive Prociência e Proatec, assim como os pagamentos de professores substitutos e das empresas contratadas, e também a reabertura do restaurante universitário.
No campus São Gonçalo, no Patronato, ontem e hoje foram os dias reservados pela administração para a organização do pós-aulas. Segundo a diretora, Ana Santiago, essa burocracia girou em torno da locação de salas, distribuição da grade de horários, questões referentes às matrículas dos alunos, entre outros serviços. A unidade nunca esteve fechada, até porque o que foi determinado pela reitoria foi a suspensão das aulas, por causa do volume de ações que isso exige dentro da faculdade, considerando a falta de pagamento. As atividades acadêmicas como defesas, orientações, atividades de extensões nunca foram interrompidas. A categoria está em greve e se tiver algum professor que não vai aderir só vamos saber ao decorrer da semana, explicou. Ao todo são 2.300 alunos da graduação, 300 especializações, 200 professores e 63 técnicos administrativos.
Na Faetec, as aulas também deveriam ter começado ontem, mas a queda de energia fez os professores liberarem os alunos. A estudante do curso de Edificações, Ana Carolina Huguenin, de 15 anos, teve aula apenas de 7h às 8h. Fico triste com isso pois esses atrasos com certeza vão atrasar minha formação. Vou ficar sem base para tentar a minha sonhada faculdade de engenharia, comentou.
Já Matheus Barreto, de 17 anos, estuda eletrotécnica no mesmo campus e também não teve aula. Além de vir a toa para a escola ainda vamos ter que fazer a semana de rodízio. Temos aula uma semana toda de manhã e na semana seguinte à tarde. Isso tudo para não almoçarmos na unidade, que teria que ter horário integral, lembrou o niteroiense.