Anderson Carvalho
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comunicou à Câmara Municipal de São Gonçalo a cassação do mandato da vereadora Iza Deolinda (MDB), que já tinha sido cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) em 16 de agosto de 2017. Tendo sido afastada da Casa em outubro daquele ano, a parlamentar recorreu ao TSE e obteve uma liminar de efeito suspensivo. A suprema corte eleitoral do país rejeitou um recurso enviado pela parlamentar ao órgão. O legislativo gonçalense ainda vai convocar o suplente, o médico Fabio Farah (sem partido).
Com isso, o suplente Jorge Mariola (PHS), que já ocupa cadeira de Tiago da Marmoraria (MDB), licenciado em março do ano passado por ter sido nomeado subsecretário municipal de Transportes, será efetivado no mandato. E abre espaço para Fabio Farah. Este só soube da notícia pela imprensa. Fui pego de surpresa. Aguardo a Câmara me chamar para assumir a vaga. Continuarei colaborando com o município na área da saúde, contou o médico, que assumirá o mandato de vereador pela terceira vez. A última foi de agosto a outubro de 2017, por ocasião de outro afastamento de Iza, após a decisão do TRE.
Iza foi condenada por suposto vínculo dela com centro social no bairro de Jardim Catarina, e uso deste para influir nas eleições municipais de 2016. Ela era a 3ª vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara. Ela fora reeleita com 4.227 votos. Está inelegível por oito anos a contar do último pleito municipal. Em sua defesa no processo, a parlamentar alegou não ter nenhum vínculo com o centro social, localizado em seu reduto eleitoral e que o fato não teria como influir no resultado do pleito. Ela alegou ainda inexistência de provas.
Segundo o TRE, a então candidata à reeleição usava seu perfil pessoal em uma rede social para promover o seu centro social. Após diligência da equipe do Tribunal no Jardim Catarina, durante a campanha, foi constatado que o centro funcionava no andar inferior de um sobrado que pertence à família de Deolinda. No momento da fiscalização, uma irmã e um sobrinho da peemedebista estavam no local. Também foram encontradas contas de telefone e luz no nome dela, ofícios de seu gabinete na Câmara, além de outras correspondências e diversas fichas cadastrais relativas a serviços municipais. O relatório também afirma que todos os presentes afirmaram que o centro pertencia à vereadora.
Só fiquei sabendo agora pela imprensa. Estou viajando. Ainda não fui notificada. Saio de cabeça erguida, consciente de que não fui cassada por corrupção, disse Iza.
No mês passado, o TSE confirmou a cassação de outro vereador gonçalense, Sandro Almeida (PSDB), por abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2016. Para o lugar dele na Câmara entrou o suplente Cláudio Rocha (PL).