Raquel Morais -
Para quem acha que o comércio de produtos juninos é apenas de doces e guloseimas, está enganado. Lojas que vendem imagens de santos, chapéus de palha e roupas como saias e calças com retalhos, também estão sentindo o movimento nas vendas. E para quem acha que os preços estão nas alturas o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) confirma essa indagação. Segundo o levantamento os tributos embutidos no preço dos produtos ultrapassa os 60%.
Os fogos de artifício lideram o ranking dos tributos mais caros, com 61,58% do seu valor com encargos. Imagens de santos da época, como Santo Antônio, São João e São Pedro, têm 51,52% dos seus preços em tributos. No Centro de Niterói a imagem de 20 centímetros custa R$ 19,90, isso significa dizer que o preço dela sem os encargos seria de R$ 9,65. O chapéu de palha também tem alta carga tributária, sendo vendido por R$ 5,50, tem 33,95% dessa carga, o que cairia o valor para R$ 3,63. Camisa xadrez, vestido e bota de cowboy também são representados na pesquisa com 34,67% nos dois primeiros e 36,17% respectivamente.
Os doces e salgados típicos também não se livraram dos encargos tributários como por exemplo a cocada com 36,54%. O doce é vendido por R$ 18,99 no Centro de Niterói, diminuindo o valor do imposto, a iguaria seria vendida por R$ 12,05. O mesmo com o amendoim com 35,38% e o pé de moleque com 36,54%. De acordo com o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, existe um exagero de tributação no Brasil, principalmente sobre o consumo, onde os preços de todos os produtos vêm carregados de tributos. Em desacordo com o princípio da seletividade, pela sua essencialidade, os itens básicos de consumo sofrem com a alta carga tributária, o que deveria ocorrer em menor grau, já que se trata de alimentos comuns à mesa do brasileiro durante todo o ano, afirma Olenike.