Tragédia anunciada – Brasil bate recorde: 4.249 mortes
Neste ano olímpico, o Brasil não para de quebrar recordes, numa modalidade cruel e devastadora: a de mortes. São recordes que ninguém comemora e medalhas que não trazem honra, apenas demérito. Pela segunda vez na mesma semana, o país registrou mais de 4.000 óbitos em 24h. Foram 4.249 mortes, chegando a um total de 345.025 pessoas que perderam a vida em decorrência da Covid-19.
O total de casos desde o começo da pandemia chegou a 13.279.957. Entre quarta-feira (7) e quinta-feira (8), foram confirmados 86.652 novos diagnósticos positivos.
O pós-doutor em Epidemiologia e membro do Departamento de Estatística da Universidade Federal Fluminense (UFF), Márcio Watanabe apontou em uma pesquisa que a pandemia de Covid-19 pode atingir seu estado mais letal entre abril e maio, quando até cinco mil pessoas podem morrer por dia com a doença. Essa possibilidade resulta do estudo “Detecção precoce da sazonalidade e predição de segundas ondas na pandemia de Covid-19”, de sua autoria.
A pesquisa se baseia na evolução da curva de casos e óbitos diários no Brasil e em mais de 50 países, até fevereiro deste ano, e utiliza um modelo matemático-epidemiológico para fazer as projeções. Os dados, de acordo com o pesquisador, apontam para a ocorrência de padrões de comportamento nos vírus respiratórios de acordo com as condições ambientais, com períodos típicos de aumento e redução de casos.
“A transmissão é mais acelerada no outono, começa a subir um pouco antes ou um pouco depois da estação. Por isso, começa a subir em maio, e atingem o pico entre maio e junho no hemisfério sul. Isso acontece também com pneumonia, gripe, até por isso a campanha de vacinação contra a gripe costuma se dar em abril, para evitar o pico quando ele poderia ocorrer. Nós prevemos um pico com algo entre quatro e cinco mil mortos”, afirma Watanabe.
No entanto, o pesquisador também disse entender que, passado o pico, a situação vai melhorar nos meses seguintes pela mesma sazonalidade dos vírus respiratórios e pelo avanço da campanha de vacinação.
O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (70.742), Rio de Janeiro (38.657), Minas Gerais (26.795), Rio Grande do Sul (21.538) e Paraná (18.492). Já as Unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.325), Amapá (1.371), Roraima (1.384), Tocantins (2.181) e Sergipe (3.693).
Datas com maiores registros de óbitos da pandemia no Brasil
- 08/04/2021 – 4.249
- 06/04/2021 – 4.195
- 31/03/2021 – 3.950
- 07/04/2021 – 3.733
- 01/04/2021 – 3.673
- 30/03/2021 – 3.668
- 26/03/2021 – 3.600
- 27/03/2021 – 3.368
- 23/03/2021 – 3.158