Anderson Carvalho -
O supercomputador Santos Dumont, que está em Petrópolis, na Região Serrana, e é o maior da América Latina e um dos 500 mais potentes do mundo, pode ser desligado por falta de verbas. Ele contém uma série de pesquisas sobre o vírus da zika e funciona no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Este ano, o governo federal cortou 44% do orçamento destinado ao laboratório. Ao invés dos R$ 16 milhões previstos, recebeu somente R$ 9 milhões. O orçamento inicial era suficiente apenas para as contas e a manutenção da instalação da máquina. O custo do equipamento é de R$ 6 milhões por ano.
O Santos Dumont foi inaugurado em janeiro de 2016, custando R$ 60 milhões ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele trabalha com projetos que exigem grande poder computacional, incluindo 100 pesquisas sobre o vírus zika, mal de Alzheimer e camada pré-sal. O supercomputador consiste em três diferentes módulos: o Santos Dumont CPU, com 18.144 núcleos de processadores Intel Xeon; o Santos Dumont GPU, com 10.692 núcleos da Intel e da Nvidia; e o Santos Dumont Hybrid, com 24.732 núcleos Xeon e de coprocessadores Xeon Phi.
Hoje, o LNCC tem 350 pessoas trabalhando para a instituição, 75 delas pesquisadores e professores, 110 alunos e 100 terceirizados, número que é então completado por prestadores de serviço, bolsistas e estagiários. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações informou estar trabalhando para recuperar o orçamento originalmente previsto para o LNCC em 2017. De acordo com Augusto Gadelha, diretor do laboratório, a conta média de luz do local custa R$ 400 mil. Deste valor, R$ 280 mil é referente ao supercomputador. A máquina funciona 24 horas por dia. O equipamento foi adquirido junto a empresa francesa Atos/Bull.
Em junho do ano passado, o supercomputador chegou a ser desligado por falta de dinheiro para pagar a conta de luz.