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Com o agravamento da crise energética, entidades ligadas ao setor elétrico defendem o retorno do horário de verão como uma medida emergencial. Um documento foi elaborado por associações que acham que o governo deve priorizar o incentivo à eficiência energética para reduzir o risco de novas crises.
Lembrando que o horário de verão foi extinto em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro, sob o argumento de que já não garantia grande economia de energia enquanto causava transtornos para trabalhadores, principalmente aqueles que dependem do transporte público ainda de madrugada.
Entidades do turismo, como CNTur e Feturismo, o setor de restaurantes, os shoppings, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o Instituto Clima e Sociedade (ICS), International Energy Intiative (Iei), Mitsidi Projetos e Hospitais Saudáveis, se manifestaram a favor da volta do horário de verão.
"O ganho é pequeno, mas nesse momento precisamos contar megawatt por megawatt", disse o ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, que vem trabalhando com o ICS e o Idec na avaliação da crise e da atuação do governo para enfrentá-la.
O grupo de entidades diz que o horário de verão economizaria entre 2% e 3% do consumo no início da noite, reduzindo a necessidade de acionar térmicas mais caras que hoje pressionam a conta de luz.
"Um dos argumentos é que economizávamos R$ 400 milhões e passamos a economizar R$ 100 milhões", disse Barata. "Mas agora, se a gente economizar R$ 1 milhão está bom." Ele frisa que a decisão deve ser rápida, já que a implantação do programa demanda ajustes em diversas atividades econômicas.
Para as entidades que elaboraram o documento, sucessivos governos vêm sendo negligentes com a questão, que só vem à tona em meio a crises de abastecimento. Para a coordenadora do ICS, Kamyla Borges, os programas do tipo deveriam ser unificados sob uma gestão, para garantir maior efetividade.