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Seja um drama, uma comédia, uma história de amor, o dia-a-dia no hospital, a conversa com os amigos em uma cafeteria, acompanhar a história de cada personagem vai além do entretenimento e do companheirismo, do não se sentir sozinho. É o momento de paz das pessoas, é quando elas se envolvem na história e esquecem tudo ao redor. Para alguns, se envolver na ficção que mais parece vida real, é uma terapia. É o caso da assessora parlamentar Angela Moreno, de 41 anos. Ela é apaixonada por Friends e diz que já assistiu aos episódios inúmeras vezes.
Comecei a ver e logo me apaixonei. Perdi as contas de quantas vezes vi por completo. São gente com a gente, com questões como todos nós. Assisto em momentos tristes, alegres ou apenas quando não tenho nada novo pra assistir. Tem comédia, romance e drama, exatamente como a vida é. Eles são minha terapia, conta.
A série conta a história de seis amigos e como eles enfrentam os problemas no trabalho, na vida pessoal e amorosa. Com humor e drama a série conquistou o coração da Angela em seus 10 anos de exibição.
Friends representa mais que um entretenimento, representa aprendizado, representa amizade, família, erros e acertos, representa aquele abraço apertado que aquece o coração, diz.
Como todo bom apaixonado por série ela tem o seu personagem favorito. É sempre alguém que o fã se identifica, queria ser, ou admira o jeito. Com Angela não é diferente. Para ela, Chandler Bing o personagem que usa o humor o tempo todo é o melhor da série.
Ele usa o humor. Sempre. Seja como mecanismo de defesa, ou apenas para levar um sorriso no rosto de todos. É aquele personagem leve, querido, que não dá sorte em relacionamentos, que tem um trabalho que ninguém entende e que está ao seu lado pra tudo, sendo o melhor amigo que se pode ter, explica.
Quem convive com o série maníaco, acaba se envolvendo na paixão. Amigos e familiares sempre dão um jeitinho de alimentar aquela loucura gostosa pela série. Chega a ser engraçado. Tudo que envolve Friends as pessoas me ligam para falar. Já associam no mesmo instante. Recebo presentes, avisam de eventos e tudo mais que seja relacionado. Já é comum e normal essa paixão. Já nem estranham mais.
Além de DVDs, camisas, e saber todas as falas da série, existem os fãs que vão além e usam a paixão como tema para festa de aniversário. A professora Suellen Bezerra, de 29 anos, respira a série Greys Anatomy, que conta a história do dia-a-dia dos médicos em um hospital. Ela fez a sua festa de 26 anos com o tema da série e surpreendeu a todos com a riqueza de detalhes.
A série hoje tem 18 temporadas. E eu lembro de tudo desde a primeira temporada. Eu comecei a ver porque uma amiga me indicou e não consegui parar. Você vai conhecendo a história de cada personagem e vai se envolvendo. Você passa a amar uns e odiar outros. Só sabe quem acompanha, explica.
Para organizar a festa, ela contou com a ajuda das amigas que pensaram em cada detalhe da decoração para que a sala da sua casa virasse uma ala do hospital representado na série.
Minhas amigas foram fantásticas. Eu cheguei, faltando dois meses para o meu aniversário e falei que queria tudo sobre Greys Anatomy. Elas me ajudaram a pensar nas lembrancinhas, nos docinhos, no bolo. Ficou tudo tão perfeito que alguns convidados até se interessaram pela série e começaram a assistir, conta.
Suellen diz que é difícil ver a série e não se emocionar. Você se apega aos personagens. Você passa tanto tempo ali assistindo os episódios e se envolvendo na história deles, que quando algo de bom ou de ruim acontece, você também sente. Já nem sei quantas vezes eu chorei com a Meredith Grey. Essa mulher é uma rocha, sobrevive a tudo e encara a morte de muitos personagens queridos. Mas sem dúvida nenhuma a morte que eu mais senti até hoje foi a do médico cirurgião plástico, Mark Sloan. Ninguém esperava a morte dele. Fico nervosa só de lembrar, diz Suellen emocionada.
Suellen diz que a paixão por séries veio da família. A mãe e as irmãs também ficam na frente da TV durante horas por causa das histórias. Minha mãe começou a assistir. Ela viu This is Us e How I Met Your Mother. E ficava contando as histórias pra gente, mas como não assistíamos, acabávamos não entendendo. Então resolvemos assistir juntas e nos apaixonamos. Agora temos as séries que vemos juntas e as preferidas de cada uma que assistimos individualmente. Mas é ótimo poder conversar com minha mãe e irmãs sobre as séries, diz.