Nesta terça-feira (16) os niteroienses lotaram postos de saúde de Niterói em busca da vacina contra a febre amarela. Após os casos da doença no Rio de Janeiro a população está com medo de contrair a doença e correu para um dos 30 centros de vacinação do município entre Policlínicas, Posto Médico de Família, Clínica Comunitária da Família e Unidade Básica de Saúde. O secretário estadual de Saúde do Rio, Luiz Antônio Teixeira Júnior, reforçou a importância de quem não tomou a dose se imunizar, apesar de não antecipar a campanha de vacinação fracionada do dia 19 de fevereiro.
O professor Rodrigo Pimentel, 38 anos, já tinha tomado a vacina e tirou a manhã de ontem para vacinar a filha, Maria Clara, de 1 ano e 9 meses.
Não tenho medo de tomar a vacina e acredito muito nos estudos que são feitos na elaboração da dose. Acho que é uma proteção efetiva e temos que nos imunizar o quanto antes, comentou. O motorista Bruno da Costa, 38 anos, não se vacinou no ano passado e vai essa semana ao posto de saúde. Eu vou aproveitar e levar meus dois filhos. Os cartões já estão separados e dessa vez não vai ter fila grande que vai me desanimar, frisou o niteroiense. Os postos de Niterói funcionam de segunda a sexta, das 8h às 16h.
A gente conclama a população que venha buscar a vacina para estarmos protegidos em todo o nosso estado, pontuou o secretário Luiz Antônio. Segundo nota o estado confirmou quatro casos da doença neste ano, com três óbitos. Segundo ele, até o momento não há necessidade de antecipar a campanha de vacinação fracionada prevista para começar no dia 19 de fevereiro pois existem doses suficientes em todos os municípios. A Secretaria de Saúde informou que cerca de 8 milhões de pessoas (60%), de um público-alvo de 14 milhões, ainda não se vacinaram contra a doença no estado.
VALENÇA E TERESÓPOLIS
Segundo nota dois moradores de Valença, no centro-sul do estado, morreram este ano após contrair a doença. A outra morte foi em Teresópolis, na Região Serrana. Em Valença, por orientação da Secretaria Estadual de Saúde, o Hospital Escola da Faculdade de Medicina e todas as unidades públicas e privadas da cidade devem ampliar o grau de vigilância e estarem preparadas para diagnosticar precocemente novos casos da doença. Por meio de uma parceria com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, o município contará com equipes que farão a busca ativa de pacientes que ainda não estão imunizados, especialmente nas áreas rurais, já que se trata de um vírus silvestre. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis, até o momento o município imunizou cerca de 130 mil pessoas e a cidade vai intensificar a campanha de vacinação.
DOENÇA
A Prefeitura de Niterói informou que há duas formas de transmissão de febre amarela: silvestre e urbana. As duas são causadas pelo mesmo vírus, mas se diferem pelo vetor de transmissão. A forma urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40, o Brasil não registra casos deste tipo da doença. Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, insetos de hábitos estritamente silvestres. Quando o mosquito pica um macaco ou uma pessoa doente, que está com febre amarela, ele torna-se capaz de transmitir o vírus. Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), problemas no fígado e nos rins, hemorragia e cansaço intenso.
CONTRAINDICAÇÃO
A vacina é contraindicada para pessoas com alergia a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados; pessoas com doença febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde; ou ainda pacientes com doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou adquiridas), assim como terapias imunossupressoras quimioterapia e doses elevadas de corticosteroides, por exemplo; indivíduos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes; pacientes que tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain-Barré, ELA, entre outras) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina; pacientes transplantados de medula óssea; pacientes com histórico de doença do Timo; crianças menores de seis meses de idade; crianças menores de dois anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre amarela não devem receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto com a vacina contra FA. O intervalo entre as vacinas deve ser de 30 dias.