Raquel Morais
Dados divulgados pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontam mais de 20 dias de feriados, em 2017, pode gerar um movimento de R$ 21 bilhões na economia. O órgão acredita que essas datas comemorativas também estimulem mais de 10 milhões de viagens em todo o país, movimentando diversos setores, até mesmo com geração de emprego e renda. Mas, o setor hoteleiro em Niterói lamenta os feriados "quebrados", quando permitem "enforcar", na gíria popular, visto que, a ocupação hoteleira na cidade fica abaixo dos 40%.
A gerente do Hotel Village Icaraí, em Icaraí, Beatriz Duarte, disse que não está animada para esses feriados prolongados.
A ocupação fica muito em baixa, em torno de 40%, e o efeito é reverso. As pessoas não ficam em Niterói e as hospedagens empresariais também diminuem nesses períodos específicos, comentou.
O diretor executivo do H Niterói, no Ingá, Rodrigo Alvite, também credita essa baixa hospedagem. Rodrigo acredita que para driblar esse "problema" a solução seja investir em opções de hospedagem.
Niterói não é uma cidade turística fora de feriados como carnaval, ano novo e Natal, por exemplo. E pela cidade ser muito corporativa isso atrapalha demais. Já na unidade do grupo que temos no Rio de Janeiro a situação é inversa. Lá o movimento aumenta muito, pois a cidade do Rio de Janeiro tem essa característica. Para aumentar o movimento, fora da hotelaria, estamos investindo em pacotes como o de noivas e despedida de solteiro por exemplo, explicou.
Tristeza de uns, alegria de outros
A Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav) está otimista com os dados da pesquisa, que arrisca a demanda por viagens de lazer em 2017 deverá crescer entre 8% e 14%.
Os brasileiros vão poder viajar mais, gastando menos, porque uma das vantagens da ocupação pulverizada ao longo do ano é o maior equilíbrio na equação oferta X demanda, o que impacta diretamente na composição das tarifas aéreas e hoteleiras, comentou o presidente Edmar Bull.
Dados do Brasil
Segundo nota o feriado que deve gerar maior impacto é o Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, quando 1,94 milhão de viagens movimentarão R$ 3,9 bilhões na economia. O levantamento leva em consideração os feriados de 21 de abril (Tiradentes, sexta-feira), 1º de maio (Dia do Trabalho, segunda-feira), 15 de junho (Corpus Christi, quinta-feira), 7 de setembro (Independência do Brasil, quinta-feira), 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, quinta-feira) e 2 de novembro (Finados, quinta-feira).