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Recuo do mar chama atenção na Praia de São Francisco
Recuo do mar chama atenção na Praia de São Francisco
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 28 de agosto de 2017FacebookTwitterInstagram
Raquel Morais - Quem passou pela Praia de São Francisco nos últimos dias se deparou com um cenário bem diferente. A areia escurecida, a água baixa e alguns catadores de isca mudaram a paisagem do local. Muito além de uma maré baixa, o fenômeno é conhecido como recuo das águas e está acontecendo em todo litoral do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (25), a água havia recuado três metros para dentro do mar. A meteorologista Bianca Lobo, do Climatempo, explicou que após a ressaca da última semana foi observada a questão do recuo das águas. “Acontece por conta de ventos que sopram do Norte e empurram a água para longe da costa. E está também associado (fenômeno) à Lua Nova, que causa uma maré conhecida como Sizigia”, comentou. Essa maré acontece de forma específica: quando está baixa, fica mais baixa ainda e quando está alta, mais alta ainda. Apesar do aspecto feio, tem gente que está comemorando o fenômeno. É o caso do pescador Felipe Freitas, de 24 anos, que esteve nas últimas quinta e sexta-feiras catando isca, conhecida como "corrupto". É uma espécie de crustáceo parecido com um camarão e tatuí. “Pescamos de barco em alto-mar e essa é uma isca natural maravilhosa. Como é grande, cortamos ao meio e também vendemos para outros pescadores”, explicou o jovem, que disse ter catado cerca de dois quilos do animal, ou 300 unidades, que são vendidas por R$ 1 cada. “É uma forma também de ganhar dinheiro. Essa isca fica sempre enterrada no mar e não conseguimos pegar. Quando a água está baixa, aproveitamos”, completou Felipe, que usa um cano de PVC como sucção para retirar o bicho da areia. A meteorologista ressaltou que outra forma de recuo do mar aconteceu no último dia 15 de agosto no litoral de São Paulo. “Naquela semana foi observado um outro fenômeno conhecido como Espiral de Ekman, uma fricção do vento que transfere uma pequena energia para o mar, que recua”, lembrou a especialista.

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