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Quadrilha que furtou Huap e várias clínicas é presa pela PF
Quadrilha que furtou Huap e várias clínicas é presa pela PF
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 27 de setembro de 2016FacebookTwitterInstagram
Augusto Aguiar Cerca de quatro meses depois de iniciar uma investigação sobre o furto de equipamentos hospitalares no Hospital Universitário Antônio Pedro/Huap (Federal), e na Clínica de Olhos Santa Beatriz (particular), agentes da Delegacia de Polícia Federal de Niterói (DPF/Nit) conseguiram desbaratar a quadrilha que atuava não apenas na Região Metropolitana do Rio, mas também no interior e em outros estados. O bando, especializado nesse tipo de crime, atuava há vários anos e de acordo com levantamento inicial já havia furtado cerca de R$ 5 milhões em equipamentos em vários locais. A Operação Bozzini – em referência ao médico alemão Philipp Bozzini que foi o inventor dos aparelhos endoscópicos no século 18 – foi desencadeada na madrugada de ontem e resultou na prisão de 11 pessoas acusada de envolvimento nos furtos. “As atividades da quadrilha eram voltadas para a subtração de equipamentos diversos.O que nos atraiu foi exatamente o furto de equipamentos avaliados em cerca de R$ 600 mil no Huap. Entramos no circuito e demos início a investigação. Constatamos que eles atacavam hospitais privados, estaduais e federais, no Rio (interior, como Rio das Ostras) e em outros estados também, como Minas Gerais, Espírito Santo, e Bahia, por exemplo. Só não atacaram uma unidade em Volta Redonda, às vésperas das Olimpíadas, porque já estávamos monitorando o grupo e a Via Dutra estava com policiamento reforçado e pro isso eles decidiram não agir. Agora deflagramos a operação para cumprimento dos 11 Mandados de Prisão e outros 28 de Busca e Apreensão”, explicou o delegado Elias Escobar, chefe da DPF/Nit. De acordo com ele, pelo menos a princípio não haveria cumplicidade de nenhum funcionário dos hospitais atacados. Sem mencionar a identificação dos envolvidos presos, o delegado acrescentou que quase sempre um telefonema era feito para os hospitais (alvos) perguntando se o mesmo realizaria determinado tipo de exame. Em caso positivo um cúmplice era enviado a unidade para observar as condições do equipamento. Em seguida o grupo retornava, dessa vez para furtar. “Muitos furtos eram feitos apenas distraindo a atenção dos funcionários, outros ocorreram a noite com uso de chave mixa (mestra)”, prosseguiu. “Esses equipamentos são de organizações estrangeiras, portanto cotadas em dólar. Vamos aprofundar a investigação. Além do Huap, apuramos que eles agiram no Hospital Estadual Souza Aguiar (Centro-Rio), uma clínica no bairro Jardim Botânico (Zona Sul do Rio), Hospital Universitário Pedro Ernesto (no bairro de Vila Isabel, Zona Norte do Rio), Clínica dos Olhos Santa Beatriz (Zona Norte de Niterói), uma clínica na Rua Comandante Ary Parreiras (Icaraí) A Eles usavam uma oficina na Baixada Fluminense (Mesquita) para armazenar parte do material. O furto no Huap nos causou espécie, porque naquele dia todas as câmeras de monitoramento não estavam funcionando. O bando teria provocado essa pane. Eles tinham conhecimento desse tipo de equipamento. Alguns cabem dentro da mochila, outros são bem maiores. Eles tinham atravessadores e receptadores, e sabiam que conseguiriam compradores na própria área de Saúde. Agora vamos buscar no próprio patrimônio (incompatível) deles o que conseguiram com a venda dos equipamentos furtados. Apenas numa clínica na Rua Ary Parreiras (Zona Sul de Niterói) eles furtaram um doppler cardiológico, avaliado em US$ 150 mil, com monitor e CPU”, enumerou o delegado federal. Os mandados contra os acusados foram expedidos pela 2º Vara Federal Criminal de Niterói, e cada acusado está sendo autuado por furto qualificado, receptação, e organização criminosa, perfazendo 24 anos de prisão em caso de condenação. Quatro dos acusados tinham anotação criminal anterior. “Sabemos que Niterói, assim como em outros locais, tem problemas coma Saúde. Por isso vamos restituir o mais rápido possível o que foi subtraído pela quadrilha. Para isso estamos realizando um trabalho de investário sobre o que foi recuperado”, concluiu o procurador Eduardo André, do Ministério Público Federal (MPF).

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