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A crise da água no Rio de Janeiro está afetando diretamente o dia a dia dos cariocas que optam por comprar água mineral para não consumir a água contaminada. Se no Rio de Janeiro os estoques estão acabando, em Niterói, na Região Metropolitana, a procura pelo insumo está crescendo cerca de 20%, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria da Água Mineral (Sindinam). Comerciantes da cidade estão percebendo um pequeno aumento nas vendas, que chega a pelo menos 10%, mas o movimento deve aumentar ao longo dos dias.
Segundo Marcelo Pacheco, diretor do Sindinam, foi observado um aumento de 100% na nas venda de galões de 20 litros e 30% na comercialização de venda de garrafas no Rio de Janeiro. Já em Niterói esse aumento foi percebido desde a última sexta-feira e gira em torno de 20%.
As pessoas estão atravessando a Ponte Rio Niterói em busca de água mineral mas a indústria não teve aumento significativo de preço ainda. Estamos abastecidos e temos água em estoque para a população, principalmente porque estamos no verão, pontuou.
O gerente do supermercado Pomar, em Icaraí, disse que já percebeu um aumento em torno de 10% na venda de garrafas de água mineral. As de cinco litros são as mais compradas e custam entre R$ 10,30 e R$ 13,45 cada.
As pessoas estão levando em muita quantidade e acho que devem estar estocando com medo dessa crise chegar em Niterói, contou Sandro Henrique.
Mas se no supermercado as vendas estão crescendo, nos depósitos de água os comerciantes não perceberam nenhuma alteração. No Expresso das Águas, no Centro, o empresário Sérgio Correia, 40 anos, disse que continua vendendo o galão por R$ 9,50 dentro do volume esperado para janeiro. O mesmo apontou o vendedor da Limpex, também no Centro, Wallace Carvalho, que disse vender o galão de 20 litros por R$ 8 ou R$ 10 dependendo da marca.
Não estamos notando nenhum aumento nas vendas por enquanto, frisou.
Desde o início do ano cariocas estão percebendo mudanças na água (cor, cheiro e gosto). Segundo a Cedae, uma substância produzida por algas chamada geosmina deixou a água com gosto e cheiro de terra, mas sem prejuízos à saúde. O governador do Rio de Janeiro, Wilzon Witzel, comentou durante inauguração do programa Segurança Presente, em Copacabana, que acredita que os problemas da água no Rio de Janeiro foram causados por sabotagem na Companhia Estadual de Águas e Esgotos. Segundo nota a suspeita está sendo apurada pela Polícia Civil, que chegou a ouvir funcionários da companhia e foi à Estação de Tratamento de Água do Guandu, na semana passada.
"Eu, particularmente, não acredito [em incompetência]. Eu acredito e está sendo apurada uma sabotagem, por conta do leilão. Há muitos interesses envolvidos nesse leilão. Pedi à policia que apurasse", pontuou o governador.
Ainda segundo a nota o leilão a que ele se refere é a privatização da Cedae, que o governo do estado pretende realizar ainda neste ano, concedendo grande parte dos serviços da companhia, que atende 64 dos 92 municípios do estado, incluindo a capital.