Raquel Morais -
Ontem foi dia de Niterói e São Gonçalo receberem candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), em atividade de campanha. Também fizeram caminhadas candidatos ao cargo de Governador do Rio de Janeiro, como Pedro Fernandes (PDT) e Márcia Tiburi (PT), além de deputados estaduais, federais e vereadores. Os políticos ouviram a população, cumprimentaram as pessoas e debateram emprego e o futuro da indústria do petróleo e gás.
Haddad e Márcia Tiburi chegaram juntos na Avenida do Contorno, na altura do Buraco do Boi, e seguiram em caminhada até o Estaleiro UTC. A retomada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), valorização da mão de obra local e geração de emprego foram os principais temas comentados pelo vice de Lula.
A indústria naval e o desmonte da cadeia de petróleo e gás são preocupantes. Exportamos os empregos daqui do Brasil para a Coreia e Cingapura, por exemplo. Isso afeta a vida de muitas pessoas. É na Ásia que estão sendo feitos os navios e plataformas para o pré-sal, que é riqueza nossa e poderia gerar emprego no Brasil. O efeito social disso é devastador e afeta famílias, o comércio local e educação. O Lula está muito indignado com essa história toda, comentou Fernando.
Também citou o esvaziamento dos estaleiros de Niterói. O UTC gerava 30 mil empregos e hoje tem cerca de dois mil funcionários; o Mauá tinha seis mil trabalhadores e hoje tem apenas 100.
Já Ciro Gomes caminhou pela manhã em Alcântara, na Praça do Rodo, em São Gonçalo, e também conversou sobre desemprego. Estou vendo os rumos que o Brasil está tomando, com 13.700 milhões de desempregados, 32 milhões de brasileiros vivendo de bicos, 63 milhões de brasileiros com nome sujo no SPC e 63.880 mil homicídios nos últimos 12 meses. Eu tenho que estar indignado pois o meu coração é ligado no coração do povo brasileiro, comentou.
Ciro também comentou sobre segurança pública e intervenção federal. A intervenção já fez tombar três jovens militares das forças armadas que não foram treinados para esse tipo de serviço. O Rio de Janeiro e o Brasil precisam de uma polícia inteligente e tecnológica para mapear a cabeça do crime organizado e das facções e transferir esses criminosos para presídios federais, que hoje tem metade das vagas ociosas, enquanto essas facções comandam de dentro da cadeia a disputa de território para drogas, opinou. Ele também frisou a importância da segurança das fronteiras do Brasil. O país tem 17 mil quilômetros de fronteira seca e 8.400 mil quilômetros de Costa e somos extremamente vulneráveis em termos de fronteiras. Pretendo criar uma polícia de fronteira separada da Polícia Federal e com característica intensiva em tecnologia, drone, satélite e scanner, explicou.
No quesito educação, Ciro também fez promessas. Quero garantir que pelo menos metade das crianças e adolescentes de 11 a 19 anos, que estão mais ameaçados pelos riscos da rua, estejam na escola em tempo integral e profissionalizante, finalizou.