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Preço do GNV dispara e combustível aumenta mais de R$ 1 nas bombas
Preço do GNV dispara e combustível aumenta mais de R$ 1 nas bombas
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 04 de maio de 2021FacebookTwitterInstagram

O consumidor passou a sentir no bolso, desde o dia 1º desse mês, o aumento do GNV nas bombas dos postos de abastecimento de veículos. O reajuste, que chegou até 39% nas distribuidoras, foi concedido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) no mês passado, considerando a atual política de preços da Petrobras, que tem fundamento nos princípios de liberalidade econômica em vigor no país no governo do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o economista Gilberto Braga, a troca da diretoria ainda não impactou em uma mudança no repasse dos derivados do petróleo para o consumidor brasileiro. “Por isso, o gás vem subindo de maneira absurda, refletindo o comportamento do câmbio desfavorável e do preço do petróleo no mercado internacional", pondera.

A Naturgy, empresa que opera a CEG no Estado do Rio de Janeiro, afirma que o aumento nas bombas será, em média, de 35%. Muitos consumidores se disseram surpresos com o aumento. E, por consequência, manifestaram descontentamento com os novos preços.

Para Francisco Vicente dos Reis, instalador de sistema fotovoltaica, o aumento do GNV é abusivo e foi feito da noite para o dia, sem comunicar nada, sem aviso. Para ele, foi uma atitude antiética com as pessoas que abastecem todos os dias. “Meu veículo é de trabalho e eu não consigo repassar esse aumento para empresa. Acaba saindo do meu próprio bolso”, lamentou.

No entanto, o aumento foi timidamente anunciado em 5 de abril, num momento em que o país estava chorando mais de 3 mil mortos por dia, com muitas cidades e estados adotando medidas severas de isolamento social. Com repercussão diminuta diante do caos sanitário que o país enfrenta, a notícia só chegou mesmo ao consumidor através dos letreiros de preços dos postos.

Felipe dos Santos Nascimento, motorista de aplicativo, repudiou o aumento e afirmou que irá pesar demais no bolso. “Antes, nós conseguíamos encher o tanque com R$ 20 e agora está custando quase R$ 60”. O motorista afirma que esse aumento está comprometendo cerca de 40% de seu orçamento. “Para quem precisa botar o prato de comida na mesa, tá difícil”. Felipe esclarece que não adianta ter desconto no IPVA, com o GNV aumentando desse jeito”.

O taxista Robson Figueiredo disse que o aumento era extorsivo. “Esse gás era descartado pela Petrobras, era tóxico. Agora virou dinheiro”, reclamou.

PETROBRAS

De acordo com o anúncio da Petrobras, feito no início de abril, a variação é resultado da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio. Segundo a companhia, as atualizações dos preços dos contratos são trimestrais e com relação aos meses de maio, junho e julho, a referência adotada são os preços dos meses de janeiro, fevereiro e março.

“Durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real”, informou a estatal em nota.

O repasse dos custos incorridos pela companhia para o transporte do produto até o ponto de entrega às distribuidoras também influencia os preços do gás natural da Petrobras. Esses custos são definidos por tarifas reguladas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“Esta parcela do preço é atualizada anualmente no mês de maio pelo IGP-M, que, para o período de aferição (março de 2020 a março de 2021), registrou alta de 31%”.

A Petrobras informou ainda que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras e, no caso do GNV, dos postos de revenda, e pelos tributos federais e estaduais.

“Além disso, o processo de aprovação das tarifas é realizado pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas. Os contratos de venda para as distribuidoras são públicos e estão disponíveis para consulta no site da ANP”, concluiu a empresa.

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