Praias escondem perigo de afogamentos
O verão promete finais de semana cada vez mais quentes. Com isso, as praias ficam mais lotadas. Quando os principais destinos estão cheios, banhistas precisam buscar alternativas, mas algumas delas acabam escondendo perigos. Recentemente, moradores da capital e de cidades da região Metropolitana têm optado pela Praia do Recanto, no distrito de Itaipuaçu, em Maricá.
No entanto, uma das características do local é o mar extremamente revolto. O perigo já é conhecido de moradores da região, mas muitas vezes não é percebido por turistas e visitantes vindos de outros municípios. No último dia 15, duas crianças e a mãe delas se afogaram no local. O comerciante Carlos Augusto, de 50 anos, estava na praia e presenciou o incidente. Ele descreveu os momentos de pânico.
“Eu estava aqui embaixo com minha mãe quando ouvi os gritos de socorro. Acionei os bombeiros, que vieram de quadriciclo, entraram na água com o jet-ski e retiraram as crianças da água. A mãe das crianças fui eu e o rapaz que puxamos da água. Meu emocional ficou muito abalado. Até o quadriciclo que estava na areia o mar quase levou. Já é a segunda pessoa que tiro do mar, ano passado morreu uma austríaca que estava numa casa alugada aqui”, contou.
A advogada Ana Cristina Medeiros, de 49 anos, estava na areia da nesta sexta-feira (21), mas não se atreveu a entrar no mar, ciente dos perigos. Contudo, ela relatou que, nos últimos anos, os alertas feitos pelo Corpo de Bombeiros fizeram com que a população se tornasse mais consciente, fazendo com que casos de afogamento ocorram com menos frequência.
“Antigamente era pior. Hoje em dia, as pessoas têm mais ciência do perigo porque Itaipuaçu é conhecida por ser uma praia perigosa. A questão é de mais informação mesmo. Esta praia não é para turismo. Não pode ser incentivado o banho aqui. OPs riscos têm que ser alertados. Antigamente famílias inteiras morriam aqui porque é uma praia que a geografia não favorece”, relatou.
Quem é da região faz o alerta
Em quatro décadas de Recanto, o comerciante Nei Filomeno, dono do Quiosque das Conchas, já viu inúmeros casos de afogamento. Ele nunca esquece de alertar os clientes que não são da regiãosobre os perigos. “Já tirei muita gente dessa água. Continuo ajudando quando tem afogamento. Sempre aviso aos banhistas para não ficar próximo ao marporque é perigoso demais. Não tem parte rasa. Entrou já está no fundo, mas nem os salva-vidas têm controle. As pessoas não respeitam muito”, frisou.
Já a bancária Patrícia Carvalhaes, de 49 anos, está sempre atenta ao sistema de alertas por bandeiras. “Tenho uma prima que mora aqui próximo e ela toma muito cuidado com a sinalização. Eu vi a bandeira vermelha e não vou entrar. Evito sempre”, afirmou.
Operação Verão
Lançada em dezembro, a Operação Verão 2021/2022, do Corpo de Bombeiros, reforça, até março, as ações táticas de prevenção e salvamento marítimo em todo o Estado, tendo em vista o aumento significativo da frequência de banhistas e do tráfego de embarcações em praias, rios, lagoas e lagos nesta época do ano. O planejamento estratégico da corporação para o período engloba a ampliação do efetivo empenhado na orla fluminense, além de investimentos de mais de R $3 milhões em viaturas e equipamentos.
A corporação adquiriu, no último ano, 20 motosaquáticas e quase 200 pranchões de salvamento; além de 1.354 nadadeiras e equipamentos de proteção individual, incluindo mais de 40 mil fotoprotetores corporais e labiais. O serviço marítimo do CBMERJ conta com mais de 200 postos de salvamentos, que cobrem os 246 quilômetros da orla fluminense. Cerca de 1.200 militares atuam nas praias do Estado, com apoio de embarcações, botes, motos aquáticas, quadriciclos, helicópteros e drones. Reforçando a prevenção a afogamentos e a comunicação com a população, a corporação também conta com 4.750 placas de sinalização de perigo, 200 totens informativos e 18.900 bandeiras de sinalização de risco em pontos estratégicos da orla.
Recomendações do Corpo de Bombeiros RJ para evitar afogamentos:
– Procurar sempre locais próximos aos postos de guarda-vidas;
– Respeitar as placas e/ou bandeiras de sinalização;
– Perguntar ao guarda-vidas qual o local mais apropriado para o banho de mar;
– Não ingerir bebidas alcoólicas e entrar no mar;
– Evitar entrar na água logo após se alimentar;
– Não desviar a atenção das crianças. Vale identificá-las com nome e telefone para contato;
– Caso saiba e pretenda nadar, a orientação é praticar a atividade paralelamente à areia;
– Evitar locais que são conhecidos como points de surfistas. Desta forma, é possível prevenir acidentes com pranchas.
Ranking de atendimentos Grupamento Marítimo (Gmar) 2021:
1º 3º GMAR Copacabana
2º 18º GBM Cabo Frio
3º DBM 3/M Recreio dos Bandeirantes
4º 2º GMAR Barra da Tijuca
5º 4º GMAR Itaipu
6º DBM 4/M Barra de Guaratiba
7º 9º GBM Macaé
8º 26º GBM Paraty
9º DBM 1/26 Mambucaba
10º DBM 2/9 Rio das Ostras
11º DBM 2/M Piscinão de Ramos
12º 1º GMAR Botafogo
13º DBM 1/27 Saquarema
14º DBM 3/5 São João da Barra
15º DBM 2/13 Sepetiba
16º 5º GBM Campos dos Goytacazes
17º DBM 2/10 Ilha Grande
18º DBM 1/M Paquetá