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A Polícia Civil vai intimar André Felipe de Oliveira Silva, responsável pela empresa Atrion Capital, sediada em Niterói, para prestar depoimento. Clientes afirmam que a corretora, especializada em investimentos com criptomoedas, deixou de pagar os retornos prometidos que, segundo as denúncias, variavam de 6% a 16% sobre o valor aplicado.
A 77ª DP (Icaraí) é uma das delegacias que investiga o caso. Ontem, a distrital confirmou que o responsável pela corretora terá de prestar esclarecimentos, o que deve acontecer na semana que vem. Além disso, a investigação irá verificar toda documentação da empresa para ver se está legalizada para esse tipo negociação.
Policiais da distrital também vão mapear outras pessoas que possam ter os mesmos problemas. De acordo com o grupo de clientes que esteve na 77ª DP na última segunda-feira para registrar boletim de ocorrência, haveria aproximadamente 3 mil clientes com atrasos no pagamento dos retornos dos investimentos prometidos na assinatura dos contratos.
Desde segunda-feira a reportagem tenta contato com André. Por telefone, um número atribuído a ele chegou a atender as ligações, mas sempre desligava em seguida. Pelo Instagram da empresa Atrion, foram fornecidos dois endereços de e-mail, sendo que um deles apontava como inexistente enquanto o outro, até o fechamento deste texto, não havia sido respondido.
Acusação de pirâmide financeira
Clientes da Atrion estão indo à Polícia Civil denunciar a empresa por suposto esquema de pirâmide. Também há investigações em andamento na 79ª DP (Jurujuba). O agente de segurança Pedro Alex da Silva, morador de Maricá, contou que investiu R$ 50 mil no dia 22 de fevereiro, mas que, em 7 de abril, recebeu o último pagamento dos 6% de retorno mensais prometidos. Ele afirma que teve R$43 mil de prejuízo.
Já o morador de São Gonçalo Cláudio Nascimento afirmou que depositou R$ 12,5 mil na conta de André Felipe. Ele esteve na 77ª DP (Icaraí) para registrar boletim de ocorrência. No caso dele, a promessa de retorno do investimento foi ainda maior: 16,33%. Cláudio relatou que chegou a pegar empréstimos para investir na empresa, que então se chamava Atom, mas, de acordo com os clientes, mudou o nome fantasia para Atrion, como é conhecida atualmente.