Policiais civis do Rio cumpriram ontem Mandados de Prisão contra acusados de violência doméstica e sexual contra mulheres. A ação envolveu 14 Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deams) do Estado. As prisões tiveram como base a Lei Maria da Penha, que completou 12 anos, e a operação foi coordenada pela Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM) do Rio. Até o fim do dia, 42 prisões já haviam sido efetuadas. A operação contou com apoio das Delegacias de Homicídios, da Polinter e de outros departamentos da Polícia Civil. A ação desencadeada pela Polícia Civil também vai ao encontro a duas ocorrências do gênero que estarreceram o país.
Simone da Silva de Souza, de 25 anos, que estava grávida, foi assassinada no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, no início da semana, por asfixia. O marido da vítima, o pintor Anderson da Silva, de 28 anos, num primeiro momento conseguiu fugir. O acusado, que havia se deslocado depois do crime para a escola da filha, de 9 anos, na mesma comunidade, conseguiu escapar, mas acabou se entregando à Polícia Civil, na noite de segunda-feira, em Seropédica, na Baixada Fluminense. Anderson desconfiava não ser o pai da criança e vai responder pelos crimes de feminicídio e aborto, podendo a ser condenado a penas de até 40 anos de prisão.
No Sul do país, o Ministério Público do Paraná denunciou, por homicídio qualificado, o biólogo Luís Felipe Manvailer pela morte da mulher dele, a advogada Tatiane Spitzner. Câmeras registraram Luís Felipe agredindo Tatiane antes de ela cair do quarto andar de um prédio. Os promotores afirmaram que o biólogo Luís Felipe Manvailer matou Tatiane Spitzner, de 29 anos, mediante agressões físicas sucessivas e arremesso da vítima da sacada no quarto andar do prédio onde o casal morava, de uma altura aproximada de 22 metros. Ele foi denunciado por homicídio qualificado, que tem pena de 12 a 30 anos. O MP considerou que a morte foi por motivo fútil, para encerrar uma discussão. Que Luís Felipe produziu lesões características de esganadura em Tatiane, praticando o delito mediante asfixia, que a advogada não teve chance de se defender, e incluiu o feminicídio, crime de ódio contra a mulher.
O Disque Denúncia informou que neste ano foram cadastradas mais de 7.800 denúncias relativas à violência contra a mulher e, nos últimos cinco anos (desde 2013), o Disque Denúncia já recebeu cerca de 22 mil informações sobre esse assunto. Vale ressaltar que a população pode contribuir e salvar a vida de mulheres que diariamente são agredidas, denunciando esse tipo de crime em todo o Estado ao Disque Denúncia, em todo o Estado do Rio, através dos telefones 2253-1177 (capital) e 0300 253 1177(interior, custo de ligação local) ou ainda pelo APP "Disque Denúncia RJ". Em todos esses canais, o Disque Denúncia do Rio garante o anonimato do denunciante.