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No passado, milhares de pessoas nadando, se divertindo e praticando esportes. Hoje, o Piscinão de São Gonçalo é um perigoso matagal largado a própria sorte pela prefeitura do município e pelo governo do estado, que fingem não ter nada a ver com os R$ 17 milhões enterrados na lama.
Quem sonhava com a volta do Piscinão, melhor esquecer. A possibilidade de trazer de volta a dignidade para o lodaçal pode ser a criação do Centro Paralímpico do Estado do Rio de Janeiro. O deputado estadual Ronaldo Anquieta (MDB), autor da Lei publicada no Diário Oficial.
A criação do Centro foi aprovada pelo plenário da Alerj e agora é ver se o governador vai sancionar a lei autorizando a mudança de finalidade do Piscinão, que fica as margens da BR-101, no Boa Vista. Como a prefeitura de São Gonçalo trata o assunto com indiferença, a tendência é pela aprovação do Centro Paralímpico.
O parlamentar explicou que o equipamento público esportivo será voltado exclusivamente para as pessoas com deficiência e para os paratletas. Deverá ser feita a adaptação com revitalização, planejamento e expansão dos equipamentos voltados para a prática de modalidades esportivas adaptadas. Mais uma importante vitória para o esporte, pois além de dar suporte a atletas paraolímpicos e incentivar a iniciação esportiva para pessoas com deficiência, o projeto pode ser um marco no esporte paralímpico no país, frisou.
O deputado explicou ainda que o estado do Rio de Janeiro conta com cerca de 3,9 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 24,4% da população, segundo dados do Censo 2010. Não há políticas públicas integradoras, tão pouco espaços para o fomento da prática de atividades físicas para os cidadãos com deficiência, pontuou.
A Lei sugere que o Poder Executivo poderá firmar convênios, parcerias e contratos com outras instituições, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, para execução de planos, programas e projetos referentes às suas atividades ou destinados ao recebimento ou prestação de assistência técnica relacionados com seus fins.
Procuradas pelo jornal A TRIBUNA, a Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Estado do Rio de Janeiro não se manifestou sobre o assunto e a Prefeitura de São Gonçalo manteve o desprezo pelo assunto.
Enquanto isso, o espaço continua abandonado, com mato alto e nem de longe lembra os áureos tempos em que funcionava. Eu acho que se fizerem esse Centro será ótimo. Tem que investir em esporte e em inclusão, isso é muito importante para a cidade, contou a aposentada Rosa Maria Lopes, de 63 anos.
HISTÓRIA DO ESPAÇO
O Piscinão foi inaugurado em 2004 e custou R$ 13 milhões aos cofres públicos. Foi fechado em 2008, reabriu em 2010, ao custo de R$ 4 milhões empregados na revitalização, e fechou novamente em 2014. O espaço ocupa uma área total de 60 mil metros quadrados, o lago artificial tinha nove mil metros de extensão e capacidade para 12 mil metros cúbicos de água, que era retirada da Baía de Guanabara.
No verão e em períodos de férias, recebia até quatro mil frequentadores nos fins de semana. A pista de caminhada tem 580 metros e três academias funcionavam no espaço, sendo uma delas exclusiva para a terceira idade.
Além disso, havia um campo e uma quadra para esportes praticados na areia, um parque voltado para crianças, três quiosques, além de um palco em formato de anfiteatro numa área com capacidade para até sete mil pessoas. Também foram construídos banheiros, postos médico e de guarda-vidas.
Não sobrou nada.