O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, negou nesta terça-feira (21), em nota, ter recebido propina da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), ao contrário do que disse Edimar Moreira Dantas, ex-funcionário do doleiro Álvaro José Novis, em delação premiada na última segunda-feira, ao Ministério Público Federal, no Rio. De acordo com a delação, o chefe do Executivo fluminense teria recebido R$ 4,850 milhões entre 22 de julho de 2014 a 8 de maio de 2015, divididos em cinco pagamentos.
Ainda de acordo com a delação, nas planilhas entregues ao MPF, um apelido chamou a atenção dos procuradores: Pé Grande. Dantas contou que o dinheiro vinha da Fetranspor. E que quem administrava o caixa dois da entidade era o conselheiro José Carlos Lavouras, que também é empresário de ônibus e está com a prisão decretada. O delator revelou ainda que Lavouras repassava uma vez por mês a programação dos pagamentos a serem feitos e que, no caso dos pagamentos a Pezão, Lavouras determinou a entrega para uma pessoa de nome Luís, que segundo os procuradores, é Luís Carlos Vidal Barroso, assessor de Pezão e que ainda tem contrato com o governo. O delator diz ainda que soube que os valores seriam para Pezão por causa do apelido: Pé Grande.
De acordo com a nota divulgada pela assessoria de Pezão, as afirmações de Edmar são mentirosas.
Jamais estive com o delator Edimar Moreira Dantas, de cuja existência não tenho conhecimento, assim como nunca enviei qualquer emissário para qualquer tipo de negociação ou operação com esse citado senhor ou com aquela Federação. As supostas afirmações atribuídas à citada delação carecem e vão carecer de provas: os fatos narrados e atribuídos a mim são mentirosos e, por isso, impossíveis de comprovação. As inverídicas afirmações do delator atendem a interesses de pessoas que, tendo sido comprovadamente envolvidas em atividades ilegais, pretendem envolver o meu nome nos processos nos quais estão citadas para garantir que seus julgamentos ocorram em instâncias superiores. É importante salientar que, muitas vezes, o instrumento legítimo da delação tem sido utilizado para envolvimento de pessoas inocentes em situações nas quais jamais tiveram participação de fato, como é o caso das acusações que a mim foram atribuídas. Nos períodos citados pelo delator o funcionário Luiz Carlos Barroso, citado inveridicamente como operador, estava em tratamento médico de um câncer na tireoide, disse a nota.