Wellington Serrano
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí e diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (Cnmcut), Edson Santos, confirmou que, com a decisão da Petrobras de retomar as obras para a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, tudo indica que, conforme os dados da indústria e da prefeitura, as obras devem gerar cerca de 14.300 empregos para o segundo semestre de 2018, considerando postos de trabalho diretos, indiretos e os induzidos. Nove mil vagas já foram anunciadas para o primeiro semestre do mesmo ano contabilizando 23.300 vagas no total.
Edson Santos disse que concorda com os cálculos do presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, durante entrevista para a repórter de O Globo Amona Ordoñez, no qual aponta que o setor de máquinas terá um impacto total de 18.300 postos de trabalho, considerando 2.300 vagas na fabricação direta de máquinas, 5.200 na produção de insumos para estes equipamentos e 10.800 nos serviços gerados para atender ao projeto.
No entanto, ele chama atenção da falta da lei da empregabilidade nos municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (Conleste). Dos 14, somente Itaboraí possui a lei municipal que garante 70% das vagas do Comperj para as pessoas do município. O presidente do Conleste, Helil Cardozo, tem que se antecipar e encaminhar projeto para os outros municípios no sentido de aumentar esse percentual entre 80% e 90% e garantir as vagas para o entorno do empreendimento, disse Edson Santos.
Segundo o novo prefeito do município, Sadinoel Souza (PMB), a retomada das obras vai tirar Itaboraí do caos financeiro. Serão gerados 5 mil empregos diretos nas obras na região. O prazo previsto para a licitação, para as 30 empresas estrangeiras convidadas, é de cinco meses, por isso estimo que o mercado de trabalho da região sentirá mais os efeitos no início do próximo ano, realçou Sadinoel.
A Petrobras já ressaltou que a conclusão da UPGN não significa uma retomada do Comperj. Mesmo assim, para a UPGN serão necessárias obras como uma linha de gasoduto do litoral até o Comperj e do complexo até a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). As obras têm previsão de duração de dois anos e meio e custo estimado de R$ 2 bilhões. A unidade de processamento é considerada essencial para atender o gás que será produzido nos campos do pré-sal na Bacia de Santos.
A obra no Comperj será importante para recuperar parte dos empregos perdidos. Só com a desmobilização do complexo, em 2015, a área de construção civil em Itaboraí perdeu 12 mil postos de trabalho com carteira assinada naquele ano, quase 30% das 42 mil vagas formais destruídas no setor em todo o estado. Em 2015, Itaboraí encerrou o ano com perda de 15 mil postos de trabalho, conforme conta o prefeito do partido da mulher brasileira.
Espero que a Petrobras absorva a mão de obra de Itaboraí e dos 15 municípios da região que são: Niterói, São Gonçalo, Rio Bonito, Tanguá, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Araruama, Saquarema, Guapimirim, Magé, Nova Friburgo e Teresópolis. Estamos todos em dificuldades financeiras, mas unidos e a retomada desta obra será um alento com o aumento da arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços) que irá ajudar muitos essas cidades, ressaltou, destacou Sadinoel.
Para o prefeito de Casimiro de Abreu, Paulo Dames, a retomada das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro é muito importante para a cidade. Estamos abertos para receber empresas e firmar parcerias, sempre com o objetivo de investir os recursos gerados na melhoria da qualidade de vida de nossa população", afirmou o prefeito Paulo Dames -PSB-RJ.