Raquel Morais -
Após anúncio da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transportes (Agetransp) sobre o aumento da tarifa das Barcas em 2,84%, passando dos atuais R$ 5,90 para R$ 6,10, usuários do transporte aquaviário reclamaram do serviço prestado. Segundo os passageiros o ar condicionado não dá vazão nos dias de calor dentro das embarcações, os banheiros são sujos e que não existe uma vigilância dos funcionários por parte dos assentos preferenciais. Apesar das reclamações o aumento da passagem, que entra em vigor em fevereiro, está previsto em contrato com referência à variação do IPCA (índice de inflação calculado pelo IBGE) entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018 (projetado).
O motorista Júnior Moraes, 31 anos, usa o serviço aquaviário três vezes por semana e não gostou da notícia do aumento.
Acho que o valor teria que ser alto se o serviço prestado fosse maravilhoso. Uma vez usei a barca que faz Charitas e realmente o serviço é outro, vale a pena pagar mais caro. No caso do Centro de Niterói a situação não é a mesma. Já vi idosos em pé na embarcação e os lugares preferenciais lotados de gente que não deveria estar ali. Os funcionários poderiam falar com os passageiros, mas nada é feito, pontuou.
A CCR Barcas informou que os colaboradores são treinados para orientar os passageiros a respeito dos acessos e assentos preferenciais. Vale ressaltar que, em algumas situações, pode não ser visível o motivo de a pessoa necessitar do benefício, como é o caso de lactantes, gestantes em fase inicial e pessoas com deficiências não aparentes, por exemplo.
Já a maquiadora Rebeca Silva, 19 anos, reclamou da embarcação antiga, que não tem ar condicionado, e também da nova que o ar não suporta a quantidade de passageiros em dia de calor extremo.
O trajeto fica insuportável com o calor, barca lotada e falta de estrutura. Os banheiros ficam sujos quando a barca tem muita gente e isso é bem desagradável, pontuou.
A concessionária que administra a via esclareceu que, nos períodos de maior movimento (rush), os barcos com ar-condicionado são utilizados em 38% das viagens realizadas na linha Arariboia, ou seja, apesar do contrato de concessão não prever a disponibilidade de sistema de climatização nas linhas sociais, empresa trabalha para que os usuários do transporte aquaviário tenham o máximo de conforto possível nas viagens.
Com relação aos banheiros a CCR Barcas também se manifestou e disse que trabalha para manter todas as suas embarcações e estações em perfeitas condições de funcionamento, segurança e higiene, efetuando procedimentos regulares de manutenção e limpeza, mesmo com má utilização de alguns poucos usuários. É importante destacar que essas intervenções devem ser realizadas em horário de menos demanda, para não causar indisponibilidade dos serviços.
A Agetransp reforçou que fiscaliza o sistema de transporte aquaviário em conformidade com o contrato de concessão. Os resultados das nossas atividades de fiscalização constam nos relatórios mensais de fiscalização, disponíveis no site da agência na internet. Caso sejam constatadas inconformidades de forma sistêmica, a Agetransp abre um processo regulatório e a concessionária poderá ser penalizada.