O Ministério Público Federal (MPF) questionou Eduardo Paes (DEM), candidato ao governo do Rio, Marcelo Crivella (PRB), prefeito da capital fluminense, e Leonardo Picciani (MDB), ex-ministro do Esporte e mais 18 pessoas sobre supostas irregularidades nas obras da Olimpíada do Rio. O órgão deu 20 dias para eles se explicarem. Em setembro de 2018, as últimas informações da Caixa sobre os termos de transferências de recursos federais para as obras da Olimpíada foram examinadas pela Procuradoria da República.
Os prazos para prestações de contas e correções de falhas venceram no fim de setembro e dão conta de R$ 478 milhões bloqueados em diversas irregularidades encontradas, como superfaturamentos e sobrepreços.
Além dos três políticos, o procurador Leandro Mitidieri citou outros 18 para que apresentem defesa quanto a esses e outros fatos como o não cumprimento do contrato de rateio, a cessão à União de Arenas do Parque Olímpico sem atendimento de todas as formalidades legais, o direcionamento da contratação do serviço de ar-condicionado das Arenas, a exclusão da previsão para desmontagem das arenas provisórias sem justificativa e sem explicação da alocação de recursos direcionados para os reajustes no contrato.
As obras já aconteceram, mas os prazos para as prestações de contas e correções de falhas estão vencendo agora, assinala a Procuradoria. O Ministério do Esporte, a RioMais, a Jam Engenharia e A Geradora têm 20 dias para apresentar justificativas. A Controladoria-Geral da União (CGU) aguarda para dar uma conclusão da auditoria sobre duplicidade de contratos.
O ex-ministro Leonardo Picciani disse que está e sempre disponível para dar informações sobre qualquer assunto do período em que ocupou a pasta entre maio de 2016 a abril de 2018. No entanto, não pode deixar de observar que causa estranheza o Ministério Público Federal apresentar, na véspera da eleição, um pedido de informação sobre assuntos que já foram respondidos inúmeras vezes, disse em nota.
Eduardo Paes disse que não foi notificado pelo MPF, portanto desconhece o teor do documento. De qualquer forma ressaltou que, como prefeito não era ordenador de despesas e nem executor das obras.
O prefeito do Rio de Janeiro informou, por sua assessoria, que ficou sabendo do despacho pela imprensa. Ele não se manifestou até o fechamento desta reportagem. O Ministério dos Esportes aguarda notificação. Procurada, a Caixa também não se manifestou.