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A ordem para cortar os cabos das operadoras de internet e a forte intimidação a técnicos no Engenho do Mato, Região Oceânica de Niterói está partindo de dentro da cadeia, segundo aponta a Polícia Civil.
No final de 2021, a empresa Leste Telecom, que presta serviço no bairro do Engenho do Mato denunciou as ameaças por meio de uma carta aberta, divulgada em suas mídias sociais. A 81ª DP (Itaipu) está com as investigações abertas.
De acordo com o delegado Fábio Barucke, titular da distrital, quem comanda toda a ação criminosa é o traficante João Carlos Diano Marques, o "João Coroa", que está preso por tráfico de drogas desde o ano de 2012. De acordo com Barucke, foi feito um novo pedido de prisão contra o acusado. O policial acha que dessa forma, aumentando o tempo de prisão de João Coroa, a polícia acredita que vai reprimir as ações criminosas.
"A dificuldade nesse caso ocorre por se tratar de aérea de tráfico. Os bandidos se substituem e os fatos se sucedem, e temos que estar sempre investigando. Mas se houver a decretação da prisão pela gatonet aumenta o tempo de reclusão do chefe da organização criminosa, que já está preso. A prisão foi pedida, vamos aguardar decisão judicial", explicou o delegado.
Em relação às intimidações narradas pela operadora, Barucke confirmou que a delegacia recebeu os relatos e está investigando. O delegado afirma que um dos operadores de João Coroa já foi identificado e também teve prisão pedida à Justiça. Barucke também pondera que há uma dificuldade em combater o serviço de internet clandestina porque toda a estrutura conta com o aparato do tráfico de drogas.
"Estamos apurando esses fatos recorrentes e antes do Natal, conseguimos um reconhecimento de um autor e pedi prisão por extorsão. A dificuldade está em cessar essa atividade que tem a proteção do tráfico. Eu pedi prisão de um operador do João Coroa, por crime de extorsão e associação ao tráfico, e estamos aguardando decisão judicial. Outros envolvidos estamos investigando para obter a qualificação e pedir prisão", complementou Barucke.
O que diz a Leste Telecom
Em seu relato, divulgado no dia 30 de dezembro, a empresa afirma que não está conseguindo atender clientes em determinados endereços porque os traficantes cortam os cabos de fibra ótica e não permitem que técnicos entrem na localidade para fazerem os reparos. A empresa afirma que funcionários tem até mesmo a chegada impedida a condomínios do Engenho do Mato.
"Temos clientes com chamados na localidade, alguns por sabotagem clara na rede, e não poderemos atender. Os meliantes agora impedem até a chegada em condomínios, como ocorreu hoje (dia 30) pela manhã. Não é novidade que nenhuma outra operadora faça mais investimentos na região e estamos trabalhando junto com as autoridades para resistir e não entrarmos neste grupo. Aos clientes afetados pedimos compreensão", diz parte do comunicado.