Augusto Aguiar -
O grande aparato de tropas federais e policiais civis e militares (cerca de 3.500 homens) deslocado desde a madrugada de terça-feira (07) e que atuou ao longo de todo o dia em várias comunidades de São Gonçalo, marcando a oitava megaoperação do tipo no Estado, não foi suficiente para que fosse apreendida uma arma sequer na região. Esse fato ocorreu em cinco das oito mobilizações, que incluíram utilização de veículos blindados, helicópteros e até bloqueio marítimo.
Várias prisões, apreensões de drogas, carros e motocicletas foram efetuadas, sendo que nenhum dos chefões do tráfico procurados pela justiça foi localizado. Oito criminosos, acusados de envolvimento com a venda de drogas, mas que não tinham posições de comando na hierárquica do crime, foram presos. O balanço final da ação, considerado por alguns especialistas como abaixo da expectativa, se assemelha a outra megaoperação do gênero, a Dose Dupla, realizada em 16 de agosto em Niterói, na ocasião definido como um choque integrado de segurança, envolvendo cerca de 3 mil militares e 250 policiais militares, além de policiais civis de praticamente todas as delegacias do Estado. Na ocasião, as tropas vasculharam comunidades situadas nas zonas Norte, Sul e Região de Pendotiba. Mesmo com o resultado das duas ações sendo considerado por analistas como pífio, a população das duas cidades aprovou a presença maciça de tropas federais nas ruas, o que aumentou a sensação de segurança, apesar de alguns contratempos, como congestionamentos atrasaram a rotina das pessoas.
Outras operações envolvendo tropas federais que não teriam surtido o resultado esperado no estado foram: em comunidades do Centro do Rio; no Morro dos Macacos, em Vila Isabel; e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Já a Operação Onerat, que iniciou a parceria no princípio de agosto, no Complexo do Lins, resultou na apreensão de três pistolas e duas granadas. A Operação Conisi, por sua vez, em diversas favelas da Zona Norte, levou à apreensão de nove pistolas, uma espingarda e um revólver. Até o mês de setembro, de acordo com levantamento estatístico realizado no estado, foram apreendidos no Rio 393 fuzis, o que representa um recorde nos últimos dez anos. Em dez anos, o número passou de 3 mil. Na comparação entre 2008, que tem o menor número da série, e este ano, o número de apreensões subiu 114,7%.