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Apesar da não recomendação por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), diversos governos têm optado pela aplicação de reforço da vacina contra a Covid-19 em parte da sua população, principalmente com o risco adicional da variante delta, mais contagiosa. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que "No momento atual, é como jogar uma segunda boia para alguns enquanto outros estão se afogando ao lado".
"Tomadores de decisão não devem usar recursos escassos como a vacina em uma aplicação sem comprovação científica, desviando-a de suas duas principais prioridades no momento: evitar mortes e impedir o surgimento de variantes mais perigosas", declarou Kate O"brien, diretora de imunização da OMS.
Para a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a precipitação pode ser não só um desperdício como ineficiente. Ela diz que painel recente com cientistas de vários institutos de ponta concluiu que ainda não há evidências suficientes nem sobre a eficácia de uma terceira dose nem sobre sua segurança.
"Sem comprovação científica de que seja necessário o reforço, as vacinas precisam ir para os mais vulneráveis e para médicos e enfermeiros desesperados por proteção nos países mais pobres do mundo", disse a diretora de imunização.
É também uma questão de longo prazo, segundo ela, já que o lento avanço da imunização em parte do mundo mantém a pandemia ativa, além de abrir caminho para mutantes que podem até escapar da proteção oferecida pelos fármacos usados no momento.
Swaminathan afirmou que só com mais experimentos será possível determinar se reforços de vacina são realmente necessários, e que essa recomendação pode variar de acordo com o imunizante tomado anteriormente, a variante presente no país e o grupo de risco em questão.