Aline Balbino
Estudantes que ocupam desde terça-feira (1º) o campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (UFF) informaram através de uma comunidade no Facebook que se posicionaram em prol da aplicação da prova do Enem no campus neste fim de semana. No entanto, não há data para a desocupação. O grupo propôs um diálogo melhor para garantir a disponibilidade das salas nesse sábado e domingo. Cerca de 200 alunos ocuparam o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, da Faculdade de Educação e da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense, no Gragoatá contra a PEC 241. O grupo afirma que quer ser ouvido e não ridicularizado.
Desde quarta-feira (2) há um impasse entre o Ministério da Educação, estudantes e o Ministério Público do Ceará. Na última quarta, um procurador do MP cearense pediu a suspensão da aplicação da prova, já que muitos alunos não poderiam fazer nesse fim de semana, apenas em dezembro. Oscar Costa Filho, autor do pedido, entende que há prejuízo à igualdade do exame, uma vez que seriam aplicadas provas e temas de redação diferentes para aqueles que forem fazer a prova apenas dos dias 3 e 4 de dezembro.
"Eu acho que deveria ter uma só prova realmente. Não acho certo um grupo de alunos estudar por mais tempo do que os outros. Isso é desigual. Todos devem ter os mesmos direitos", disse o estudante Victor Farias, de 19 anos.
O professor de geografia, Fábio Pereira, acredita que duas provas poderão causar confrontos posteriores. "Eu acho que no futuro haverá discussão com o resultado do exame. Ou faz tudo junto ou não faz agora".
O MEC decidiu adiar o exame apenas nas escolas ocupadas, o que afeta mais de 191 mil estudantes. O ministério e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pediram à Advocacia-Geral da União (AGU) que apresente à Justiça Federal os fatos que demonstram o grave equívoco na argumentação apresentada pelo procurador da República Oscar Costa Filho, daquele estado. Todos os anos, o Enem aplica dois tipos de prova e, consequentemente, duas redações.
Ocupação
Além do Gragoatá, os campi de Rio das Ostras e Santo Antônio de Pádua também estão ocupados. Os alunos estão recebendo apoio para a ocupação de professores e do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense (Sintuff). Os ocupantes estão pedindo doações de materiais para a produção de cartazes, além de produtos de higiene corporal e alimentos.