Raquel Morais -
Moradores e comerciantes do bairro Trindade, em São Gonçalo, cobram do poder público uma postura mais rígida para um ordenamento das obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM). As intervenções são realizadas pelo Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas). No mês passado, a Prefeitura de São Gonçalo notificou o órgão pedindo atenção para as obras, que estão causando muitos transtornos para os gonçalenses.
Buracos, poeira, trânsito congestionado e muita bagunça são algumas das reclamações de quem tem que passar todos os dias pelos locais em obra. Parte da Avenida Domingos Damasceno Duarte está interditada com cavaletes. Na Rua Recife os buracos e a poeira são os grandes problemas, assim como nas ruas Iguaba e Porto Alegre.
Essa obra está chateando muito as pessoas. É muito barulho, bagunça e trânsito complicado. Está demorando muito para terminar, desabafou a dona de casa Aparecida Duarte, de 43 anos.
Um comerciante que não quis se identificar também reclamou das intervenções. Eu sei que será para o nosso bem, mas essa obra já deu o que tinha que dar. Meu comércio fica imundo o dia inteiro. Tenho que limpar toda hora o chão e o balcão, contou.
As obras de saneamento vão contemplar, além da Trindade, os bairros do Galo Branco, Nova Cidade, Luis Caçador, Antonina e Mutondo. A Prefeitura Municipal de São Gonçalo informou que, após notificar o Governo de Estado, recebeu o cronograma da obra e que já está realizando os reparos de forma que não atrapalhe o cotidiano do cidadão. Ao todo, cinco ruas já tiveram os buracos fechados. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano garantiu que, semanalmente, uma equipe vai às obras acompanhar o trabalho.
O Governo do Estado disse que, com a intervenção, 1.200 litros de esgoto por segundo deixarão de ser despejados na Baía de Guanabara. O escopo contempla a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto e tronco coletor, implantação de 20 quilômetros de rede e a interligação de 45 quilômetros de tubulação, que integrará o novo sistema de tratamento de esgoto a ser implantado. A obra já gerou 200 empregos diretos e a previsão é que chegue a 600. O investimento da intervenção para 2019 é de R$ 106 milhões.
O Inea foi procurado, mas não respondeu.
SOBRE O PSAM
Em março de 2012 o Governo do Estado firmou contrato de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), criando o PSAM, sob a coordenação da Secretaria de Estado do Ambiente. Tem por objetivo contribuir para a ampliação do saneamento ambiental nos municípios do entorno da Baía de Guanabara. O BID emprestou US$ 449,37 milhões e o Estado deu contrapartida de US$ 186,65 milhões.