Assinante
Entrar
Cadastre-se
Raquel Morais
Na semana passada parte do Túnel do Tibau, que liga o mar e a Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica, desmoronou. Quem passava pelo local na quarta-feira (20) se surpreendeu com a cor da água que está entrando na lagoa, que está cristalina. A passagem do fluxo hídrico dá a impressão de que está melhorando, mas segundo ambientalistas, o feito se deve exclusivamente à natureza, já que as obras ainda estão paradas. Na sexta-feira (22) provavelmente o gestor do Sistema Lagunar da Prefeitura de Niterói fará uma vistoria no local.
O geógrafo Luciano Paez, explicou que a retirada das rochas da capela está suspensa. A empresa contratada pela prefeitura de Niterói retirou mais de 220 metros cúbicos de rochas que caíram da galeria principal do túnel do Tibau. Esta retirada foi fundamental para o restabelecimento do fluxo hídrico entre o mar e a laguna de Piratininga. Contribuindo assim para a renovação das águas do sistema lagunar, explicou.
Ele salientou ainda que neste período mais chuvoso, a probabilidade de novas quedas de rochas é maior. Desta maneira, por motivo de segurança, a prefeitura decidiu suspender momentaneamente os trabalhos. Porém o monitoramento e acompanhamento do estado do túnel continua, completou.
O gestor do Sistema Lagunar da Prefeitura de Niterói, Alex Figueiredo, pontuou que a obra está parada sob monitoramento devido risco de desabamento. Não podemos ter risco humano devido o nível desabamento. O processo de restauração do sistema lagunar não está parado. Provavelmente na sexta-feira eu vou fazer uma vistoria no local, contou.
O ambientalista Paulo Oberlander frisou essa paisagem bonita da lagoa é feito exclusivo da natureza. A maré está cheia e está entrando a água e passa por cima de desabamento. Mas a natureza está agindo. Quando não tem chuva, não tem maré e quando não tem onda a água esquenta, o peixe praticamente cozinha e gera um caos na lagoa. Não mudou nada de lá para cá. É uma falsa sensação de melhora, finalizou.
Obra se arrasta
A obra está a cargo da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão (Seplag) e a Prefeitura de Niterói vai custear o projeto que ficou orçado em R$ 1,3 milhão e a previsão era de que durasse seis meses. No início de 2019 parte do túnel desmoronou e os sedimentos impedem a renovação da água, o que afeta dezenas de pescadores que usam a pesca como sustento. A obra do túnel foi feita pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e entregue em 2007 e cerca de 70 famílias vivem da pesca na localidade e a qualidade da água é fundamental para essa prática.