Wellington Serrano
Os funcionários públicos estaduais voltaram a protestar em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na manhã desta quinta-feira (09). Uma sessão extraordinária era realizada na manhã de ontem para apreciar os vetos do governo estadual pelos deputados. Durante os trabalhos, houve confronto do lado de fora da Alerj. Um policial militar ficou ferido após ser atingido por uma pedrada.
Para que a discussão do projeto de lei que autoriza a venda da Cedae e o do piso salarial dos servidores possam ir a plenário, os deputados precisavam destravar a pauta. Dos 27 vetos, somente 13 foram analisados durante a sessão de ontem. A segurança na Alerj e no entorno estava reforçada.
Às 15h, a sessão da Alerj foi interrompida para um intervalo. Oito dos 14 vetos previstos haviam sido votados - totalizando 21 de 27.
Por volta das 15h30min, houve registro de confusão entre manifestantes e policiais militares. Durante o confronto, um policial do Batalhão de Choque ficou ferido após ser atingido por uma pedrada. Homens mascarados estavam presentes na manifestação. Um dos manifestantes passou mal por causa das bombas de efeito moral lançadas pela PM. O serviço do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) teve que ser paralisado por questão de segurança no Centro do Rio.
Faixas laterais da Avenida Presidente Vargas e a Rua Primeiro de Março foram totalmente interditadas para a circulação de veículos, de acordo com o Centro de Operações.
Mesmo com um esquema especial de segurança dentro e fora da Alerj, algumas pessoas foram atingidas e outras usavam máscara para suportar os efeitos das bombas. Por causa do confronto, algumas lojas fecharam as portas e colocaram tapumes como proteção. No entanto, homens com o rosto coberto depredaram algumas lojas e agências bancárias do Centro do Rio.
Familiares de policiais e bombeiros, além das próprias categorias, carregavam cartazes pedindo o pagamento dos salários atrasados.
Cedae privatizada
O projeto de lei que autoriza a venda da Cedae prevê, ainda, um prazo de seis meses para o estado contratar instituições financeiras responsáveis por avaliar a empresa e estruturar a operação de venda da companhia.
A oposição atuou na última quarta-feira para atrasar ao máximo esse processo. A autorização do uso das ações é a garantia que o Governo Federal exige de forma irretratável e irrevogável para viabilizar não apenas este empréstimo que permitirá o estado a colocar os salários do funcionalismo em dia, mas todo o Plano de Recuperação Fiscal proposto pela União, que representa um alívio de R$ 62 bilhões por três anos no caixa do estado.
O termo de compromisso para a ajuda federal ao Rio foi assinado dia 27 de janeiro pelo governador Luiz Fernando Pezão, pelo presidente Michel Temer e pelo ministro Henrique Meirelles. Para valer, no entanto, os deputados estaduais terão que aprovar contrapartidas.