Raquel Morais -
Eles estão em todas as partes de Niterói. No Centro, Boa Viagem e na Região Oceânica. Têm nomes diferentes, mas com significados pertinentes. Eles contam a história da cidade, mas não existem mais no município. Sim, estamos falando dos índios e nada mais justo do que A TRIBUNA fazer uma homenagem para os fundadores de Niterói ou Nictheroy, como diziam os indígenas. Nesta quinta-feira (19) é o Dia do Índio!
Antes da chegada dos portugueses em Niterói, a cidade era habitada por quatro tribos tupinambá. O índio guerreiro Arariboia, da tribo Temiminó, fundou a cidade após derrotar os franceses. Segundo o portal Cultura Niterói, a cidade é a única do Brasil fundada por um índio. Arariboia, em tupi-guarani, significa "Cobra da Tempestade". Ele foi um personagem importante, tanto para a história de Niterói, quanto para a história do Rio de Janeiro e da colonização portuguesa no Brasil.
Sua herança perpetuou na cidade, seja com sua famosa estátua de braços cruzados vigiando a Baía de Guanabara e protegendo o município, com seu busto na histórica Igreja de São Lourenço dos Índios. Além das imagens representativas desse grande índio os bairros da cidade não deixam negar suas origens: Icaraí, Itaipu, Itacoatiara e Itapuca, por exemplo.
E para quem acha que índio é sinônimo de arco e flecha e cocar, na atualidade isso é mito. A psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga, que também é especialista em educação especial e gestão escolar, explicou que é preciso, justamente, desmistificar essa questão. Hoje, é possível pensar que os índios nem sempre moram em malocas sem contato com os brancos e incomunicáveis. Muito pelo contrário, eles têm acesso à televisão, rádio, tecnologias, escolas, faculdades e viajam para conhecer outros países e levar sua cultura. Dentro desta perspectiva, a escola precisa mudar sua visão e explorar com os alunos esta nova concepção e evolução indígena, concluiu.