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Pela primeira vez uma reunião da Anvisa foi divulgada apesar de todas serem gravadas. A agência reguladora se encontrou com representantes do Instituto Gamaleya, da Rússia, que desenvolve a vacina Sputnik V, para esclarecer porque o imunizante não foi aprovado.
De acordo com o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, a divulgação se fez necessária diante da repercussão internacional da decisão da agência de rejeitar o pedido de governadores para importar doses da vacina. Barra Torres destacou que diversos motivos levaram à decisão unânime da diretoria. Entre eles, está a composição da Sputnik V.
A vacina contém um micro-organismo chamado adenovírus replicante. Esse micro-organismo, usado em outras vacinas contra a covid, deveria estar apenas na forma inativa, ou seja, sem a capacidade de se replicar.
Em nota, o Instituto Gamaleya disse que a decisão da Anvisa teve natureza política e ameaçou processar a agência reguladora por difamação. E acrescentou que nenhum adenovírus competente para replicação foi encontrado em lotes da Sputnik V. Mas o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, afirmou que os documentos apresentados pelo instituto indicam o contrário.
O presidente da Anvisa reiterou o compromisso da agência em acelerar a autorização de uso de remédios e vacinas, principalmente no combate à pandemia, desde que cumpram critérios internacionais de eficácia, qualidade e segurança. Antônio Barra Torres afirmou que a Anvisa continua à disposição do Instituto Gamaleya e dos demais desenvolvedores para receber novas informações que tornem possível a liberação de uso de novos produtos.