Nos sábados e domingos, de 30 de junho a 08 de julho, sempre às 19h, o Teatro Popular Oscar Niemeyer abre suas cortinas para o espetáculo "Capitães da Areia - O Musical", adaptação da Cia. de Repertório de Teatro Musical para o clássico de Jorge Amado. Aventura, romance, comédia e drama se encontram na direção de Marcello Caridade, que traz um palco nu, inova em incorporar a musicalidade, mas sem desrespeitar a obra original.
Numa Salvador dos anos 1930, temos um grupo de meninos órfãos que viram a cidade de cabeça para baixo. A mídia, as autoridades policiais e a classe média baiana perseguem os Capitães da Areia, numa sensível narrativa que nos faz refletir sobre a marginalização infantil. Dos furtos superdimensionados às revoltas populares, o bando de Pedro Bala demarcam seus espaços na hostil cidade narrada no célebre romance de Jorge Amado.
Pedro Bala é o anti-herói desse clássico, juntamente com seus companheiros, entre eles João Grande, Professor, Sem-Pernas, Volta Seca, Gato, Boa Vida e Pirulito, além da menina Dora, que vem a integrar o grupo no decorrer da história. Órfãos e marginalizados pela sociedade, os meninos vivem em um trapiche (espécie de armazém abandonado), roubando para sobreviver, sujeitos à doenças contagiosas, perseguições do aparato policial e manipulação da consciência social pelo poder constituído. Entre seus poucos amigos estão D. Esther e seu marido, o Padre José Pedro e Mãe Aninha, que fazem o possível para amar e proteger as crianças.
Na história, Jorge Amado retrata a vida nas ruas da capital do estado da Bahia, naquela época afetada por uma epidemia de varíola. O aparato policial destinava-se à perseguição pura e simples dos menores infratores, encontrando mesmo prazer na tortura, sem qualquer senso de justiça. Diante do ambiente em que vivem, o grupo de meninos abandonados reage de forma também agressiva, buscando nas ruas, uma possível liberdade.
De forma romântica, bem humorada e cheia de aventuras, mas mantendo a crítica social, Capitães da Areia - O Musical, espetáculo selecionado no edital de pauta da Fundação de Arte de Niterói - FAN, prioriza a interpretação dos atores e as músicas, originalmente compostas para a adaptação. O palco é o trapiche onde treze atores, que interpretam 40 personagens, cantam, dançam e tocam. O trabalho de corpo compõe a ambientação cênica característica da dinâmica direção de Marcello Caridade.
A classificação etária é 14 anos, os ingressos custam R$ 40 (inteira) e o Teatro Popular Oscar Niemeyer fica na Rua Jornalista Rogério Coelho Neto, s/n no Centro de Niterói.