Marcelo Macedo Soares -
Quem passa diariamente pela Rua Professor Heitor Carrilho, no Centro de Niterói, ou pelas praias da Região Oceânica durante os finais de semana, já deve ter reparado na grande movimentação de caminhões reboque trafegando com veículos apreendidos por estacionamento irregular quase sempre com dois em cada um. A cena, cada vez mais frequente, reflete os números divulgados pelo Detran, mostrando o aumento de 24,73% nas multas aplicadas na cidade entre janeiro e agosto de 2018 (27.150), se comparado com o mesmo período do ano passado (21.766). Se for levado em consideração apenas o mês de agosto, as multas saltaram de 2.707 em 2017 para 4.675 este ano, o que representa alta de 72,70%.
A Prefeitura de Niterói não informa quais foram as infrações mais cometidas pelos motoristas na cidade. Mas a se julgar pelos números de 2017, o estacionamento irregular lidera com folga. A irregularidade correspondeu a 80,9% das multas aplicadas no ano passado. Foram ao todo 32.103 autuações, das quais 25.695 foram para veículos que desrespeitaram as regras e pararam em local proibido.
Assim como as multas, a frota de veículos emplacados em Niterói também aumentou. Em 2017, 290.824 veículos foram licenciados no município. Já em 2018, segundo os dados do Detran, até o fim de agosto foram emplacados 293.050 na cidade, o que representa um crescimento de 0,77%. Para se ter uma ideia, São Gonçalo, com população estimada pelo IBGE de 1.077.687 habitantes, possui uma frota de 315.521 veículos. Niterói, com 511 mil habitantes tem uma média de 0,57 carro por pessoa. Ou seja, um veículo para cada dois moradores.
Contratos - Segundo o balanço de 2017 divulgado no site da NitTrans, o órgão teve no ano passado uma receita líquida de R$ 7.997.130,23. De acordo com a prestação de contas, 97,5% do que foi arrecadado (R$ 7.805.285,25) foi gasto com telefonia, uniformes, alimentação, material gráfico e terceirização de mão-de-obra. Além disso, a autarquia também desembolsou R$ 2.216.679,40 com insumos adquiridos através de pregão presencial, como contratação de serviços de reboque, locação de veículos, e matéria-prima para sinalização. Ou seja, o que foi arrecadado com as multas não foi suficiente para cobrir as despesas e o órgão fechou 2017 amargando prejuízo de R$ 2.024.834,42.
A Prefeitura de Niterói foi procurada para detalhar as multas aplicadas entre janeiro e agosto no município, e também os números do balanço da NitTrans, mas não retornou os contatos feitos pela reportagem.