Raquel Morais -
Uma manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), na frente da Prefeitura de Niterói, chamou atenção de quem passava pela rua do Centro na manhã de ontem. O grupo, parte da ocupação Seis de Abril de 2010, já se instalou em vários terrenos da cidade para cobrar do poder público soluções para o processo de construção de moradias populares. Eles usaram uma grande faixa para cobrir a calçada, além de montar barracas para um almoço coletivo.
A coordenadora estadual Fabiana Batista, de 27 anos, disse que o grupo já realizou duas ocupações em Niterói, em 2015 e em 2018, e que a questão da moradia não pode ser esquecida. Estamos há anos nessa luta pela moradia. Já tem um tempo que estamos em reunião e não conseguimos avançar e efetivamente ter mudanças. Precisamos ser mais presentes para chamar atenção da nossa causa, contou.
Uma comissão do MTST foi recebida por representantes da Prefeitura. Eles foram informados sobre o andamento do processo de adequação e regularização do terreno para a construção das moradias reivindicadas por eles no bairro do Sapê.
A Prefeitura de Niterói está fazendo o maior investimento da história da cidade em habitação popular. Nos últimos três anos, o Município contratou mais de 3 mil unidades, sendo que 1.550 unidades já foram entregues. A prioridade tem sido dada para famílias que perderam suas casas em acidentes naturais, como as chuvas de 2010, e para os que moram em áreas de risco.
O secretário de Habitação de Niterói, Beto da Pipa, informou que ficou marcada uma reunião no próximo dia 13, às 14h, com a futura secretária-executiva Maria Célia Vasconcelos, também foi marcada uma reunião no dia 19 de agosto com o prefeito Rodrigo Neves, além de ficar acordado a entrega de documentos para a comissão do MTST por parte da Secretaria Executiva da Prefeitura de Niterói até hoje.
Em maio de 2018 cerca de 150 pessoas ocuparam um terreno na Estrada Washington Luís, no Sapê, próximo da Rua Nilo Peçanha, parte do acampamento Seis de Abril de 2010, organizado pelo MTST. Em 2015 cerca de 200 famílias ocuparam um terreno público na Estrada Francisco da Cruz Nunes, atrás do Fórum Desembargador Luiz Roldão de Freitas Gomes, no Largo da Batalha. O nome da ocupação foi para homenagear as famílias que morreram nas chuvas que assolaram a cidade, no Morro do Bumba.