Após se filiar ao partido ‘União Brasil’ na tarde desta quinta-feira (31), o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro passou a ter algo em comum com o ex-governador Anthony Garotinho e toda sua família: estão habitando a mesma legenda política. Anteriormente filiado ao Podemos, Moro decidiu trocar de partido e abrir mão da pré-candidatura à Presidência da República, que não decolou.

A operação Lava-Jato, cujo maior protagonista foi o ex-juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba, e que resultou na prisão de diversos políticos, entre eles o ex-presidente Lula, não poupou a família Garotinho.

Em 3 de setembro de 2019, o ex-governador e sua esposa, Rosinha Garotinho, também ex-governadora do estado do Rio, foram presos preventivamente, a pedido do Ministério Público estadual, por determinação da Justiça fluminense, especificamente a 2ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes, após denúncia fundamentada na delação premiada da construtora Odebrecht na Lava-Jato. Na época, a defesa do casal afirmou que a prisão seria “absolutamente ilegal e infundada”, lamentando a politização do Judiciário local. Neste episódio, o casal teve o pedido de liberdade concedido em 31 de outubro daquele ano, por decisão do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que substituiu a prisão por outras medidas cautelares.

Ao anunciar sua filiação no ‘União Brasil’, Sérgio Moro disse que o Brasil precisa de uma alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização. “Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única” – disse.

Sobre a desistência de disputar a Presidência da República e troca partidária, Moro falou sobre servir à democracia. “A troca de legenda foi comunicada à direção do Podemos, a quem agradeço todo o apoio. Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor” - ponderou.