Nessa tentativa que os homens que comandam o país empreenderam para desmontar a Operação Lava-Jato depois de se juntarem no mesmo propósito, viu-se que, a aprovação do ex-Juiz Sergio Moro no Ministério da Justiça alcançando índices de popularidade elevadíssimos, deixou toda essa turma sem saber exatamente quais serão os seus destinos nas áreas que atuam. Do presidente do STF ao presidente da Câmara Federal e passando pelo Presidente da República, todos estão numa encruzilhada para atingir seus objetivos de tirar o Ministro da Justiça de seus caminhos.
Tanto Dias Tóffoli como Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro têm o mesmo problema. Um, Tóffoli, quer proteger seu irmão, ex-prefeito de Marília, SP, mais sua mulher e a mulher de Gilmar Mendes. Outro, Rodrigo Maia, deseja proteção a si próprio e seu pai Cesar Maia. Por último, Jair, está no mesmo jogo para tentar excluir Flavio Bolsonaro, seu filho, da encrenca que criou com Fabricio Queiroz . Então, as famílias de Toffoli, de Jair Bolsonaro e de Maia estão na mesma trincheira, ou seja, pedindo socorro para seus protegidos não serem engaiolados como muitos outros já foram. Armam e articulam de formas variadas, só que precisam de se conscientizarem de que todo povo brasileiro está de olho nessas artimanhas.
Tudo começou quando o presidente do Supremo proibiu o COAF de compartilhar dados com a Polícia Federal, exceto em casos em que a Justiça autorize. É por demais sabido que nessa atitude recebeu todo o apoio de Jair, porque essa decisão foi tomada, logicamente, para atender a recurso de Flavio, seu filho, que investigado a partir da movimentação atípica de Queiroz está numa situação constrangedora. O STF voltou a operar quando anulou a condenação do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás Aldemir Bendine. Numa tacada só Tóffoli conseguiu proteger seu irmão, sua mulher, a mulher de Gilmar, o filho do Presidente da Republica e o Presidente da Câmara Federal e seu pai.
O elo para acabar com a Lava-Jato teve prosseguimento com o conflito entre a Procuradora Geral Raquel Dodge e seis procuradores quando ocorreu decisão de Raquel em proteger Rodrigo Maia após retirar as partes que atingiam o Presidente da Câmara e o irmão de Tóffoli na delação do empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS. Boatos em Brasília transmitem que Tóffoli e Rodrigo Maia faziam abertamente campanha para Raquel Dodge continuar no cargo. Bolsonaro confirmou, entretanto, outro nome de interesse de outros grupos, claramente, para sentar sobre os processos de Flavio, do irmão de Tóffoli, de Rodrigo Maia e de outros dessa turma que comanda o país.
Desse pacto pela impunidade há outros atores em cena, como o Ministro Alexandre Moraes que, anteriormente, já havia determinado a suspensão de apurações instauradas na Receita Federal onde 133 contribuintes estavam envolvidos. Simultaneamente o Presidente do Senado adota a mesma providência no sentido de não dar prosseguimento aos pedidos de investigações. Tudo, tudo, para excluir as propostas de Moro no combate a corrupção. O Ministro da Justiça está cercado pelos comandantes que têm parentes com as bundas na janela exposta para palmadas a curto prazo.
O que essa gente está querendo com a destruição de Moro, amarrando suas mãos no combate a corrupção, tem outro problema que deverão assimilar, pois, na cegueira que operam nessa tentativa esdrúxula de eliminar o prestigio alcançado pelo Ministro da Justiça, pode levar o Presidente da República a pagar caro por seus atos que estão em consonância com toda essa turma que quer porque quer que o Brasil é que se exploda, pois, para eles, melhor assim, do que ver um parente no mesmo lugar que estão Lula, Sergio Cabral e muitos outros. O filho de Edson Lobão, Índio da Costa e outros sem essa devida proteção também foram atingidos pela Lava-Jato, estão em cana.
*Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político. Publica seus artigos em 11 jornais diários e 16 semanários