Wellington Serrano -
Diante da polêmica sobre a construção do cemitério em Várzeas das Moças, dentro da área de amortecimento do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset), os moradores da Região Oceânica de Niterói vão as ruas para expressar toda a indignação com a questão. Segundo Sidney Faria, presidente da Associação de Preservação Ambiental de Várzea das Moças (Preserv), a manifestação pacífica e democrática em defesa do meio ambiente será às 9h, em frente ao DPO Niterói.
Considerando o firme propósito de empresários, o interesse político e a inércia ou complacência de instituições de defesa do meio ambiente; a única, ou a mais importante ação que podemos executar no momento em defesa do nosso bairro e contra a construção do cemitério e de outros absurdos ainda em pauta é sairmos à rua expressando nossa indignação. Chegou a hora de irmos à rua e resolver essa questão de uma vez por todas, afirmou Faria.
Para ele, o principal objetivo da manifestação é expressar, novamente, que a área de amortecimento de Unidade de Conservação (UC), conforme legislação específica, não é lugar para implantar este tipo de atividade. Há nascente próxima ao local, com água de excelente qualidade, e curso hídrico, que se tornará o Rio João Mendes, explicou.
A presidente da Associação de Amigos e Moradores do Engenho do Mato (AAMEM), Simone Siqueira, disse que a demanda é relevante uma vez que a bacia hidrográfica do Rio João Mendes inclui todos os principais bairros da Região Oceânica.
Não queremos um cemitério no bairro. Acontece que o empreendimento é privado, onde o que é pretendido é a aprovação da venda de vinte e dois mil reais para sepulturas em uma Zona de Amortecimento, que protege a área de trás, que é uma UC. O lugar é conhecido como Descida da Biquinha, comprovando que o local é provido de fontes de água. Só com a união das pessoas, com responsabilidade e compromisso com o nosso lugar conseguiremos impedir tamanho absurdo, lamentou Siqueira.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, vereador Bruno Lessa, apresentou na Câmara de Niterói um pedido de audiência pública para discutir o tema. Existe grande preocupação com os impactos da atividade no solo e nas nascentes do bioma florestal, portanto, precisamos conhecer como será feita a atividade e quais os critérios que terá que obedecer, disse Lessa.
A Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento da edição.