Geovanne Mendes -
Com frases fortes e promessas de ações que talvez não pareçam tão imediatistas, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, se reuniu nesta quinta-feira (27) no Comando Militar do Leste, no Centro do Rio, para anunciar que as operações do Plano Nacional de Segurança previstas para o Estado não devem ser encaradas como ações milagrosas e imediatas. Jungmann descartou a investida em morros ou seguranças nas ruas, para, segundo ele, evitar uma verdadeira guerra no Rio. A prioridade será para ações de inteligência.
Para o ministro não é possível combater a violência sem esperar uma reação dos criminosos. Em uma operação realizada recentemente pela Polícia Civil foram apreendidos 60 fuzis. Logo depois, como resposta começaram os incêndios de ônibus. Isso é um teste. Se for retirado ou reduzido a capacidade do crime organizado do nível que ele chegou, isso nos colocará à frente de uma verdadeira guerra, ou seja, vamos ter reações, pontuou o ministro.
Na reunião no CML, o ministro disse que o Plano Nacional de Segurança não repetirá o modelo de Garantia da lei e da Ordem (GLO) usual, com formas de patrulhamento ostensivo, que é realizado pelas Forças Armadas. Essas ações serão de inteligência e também de integração do trabalho policial das tropas do Estado. Não anunciou o início das ações, mas afirmou que será em breve, e disse que o efetivo das tropas lotadas no Rio já são suficientes. Jungmann não deu detalhes do plano de segurança para não atrapalhar o fator surpresa. Além da data inicial, que não foi revelada, o número de homens envolvidos e o custo desta operação ficaram de fora das explicações do ministro.
Jungmann fez um pedido à população, que não espere por resultados milagrosos e afirmou também que as comunidades não serão ocupadas, apenas quando for necessário. Para finalizar, disse que o maior objetivo desta investida é golpear a criminalidade.
Ao contrário das ações anteriores, o que vai presidir toda a operação é a inteligência, porque não se trata apenas de inibir o crime com a presença física das forças armadas nas ruas. Se trata, nesse caso, de golpear o tráfico, disse o ministro.