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Na primeira sessão plenária após o segundo turno, nesta terça-feira, 29, os vereadores de Niterói retomaram as votações, mantendo vetos parciais a dois projetos de lei de autoria de parlamentares.
Também discutiram a alta abstenção do eleitorado no último domingo, 27, de mais de 122 mil e consideraram que a população não acredita mais na classe política.
A discussão foi iniciada por Fabiano Gonçalves (Republicanos).
“Na maior cidade da América Latina, São Paulo, mais de 2,9 milhões decidiram não votar. Superou a votação de Guilherme Boulos. Não foi diferente em Belo Horizonte e Niterói. Tivemos 122 mil pessoas desconsideraram o domingo de eleição de segundo turno. E mais 16 mil pessoas anularam o voto ou se abstiveram de votar. O que está acontecendo com a democracia brasileira?”, perguntou.
Segundo o parlamentar, desde as manifestações populares de 2013 a população passa por uma ruptura.
“Uma grande parte escolhe os extremos. E quem fica nesse meio opta por não votar. Isso é alto sintomático. Essa quantidade absurda de abstenção, demonstra para nós, que somos políticos, que para onde estamos caminhando não está dando certo”, continuou.
O parlamentar, contudo, observou que boa parte dos eleitores está rejeitando os extremismos.
“Logo, a gente começa a entender que essa rivalidade existencial, extrema direita, extrema esquerda, no que tange às cidades, não prevaleceu. O movimento de tensionar os extremos, o povo está cansado disso”, observou.
Para Paulo Eduardo Gomes (PSOL), a descrença popular na classe política é fruto da não entrega de resultados por parte desta.
“O povo quando precisa e não recebe o medicamento, ele se pronuncia. Tem que analisar as razões pelas quais 40% dos eleitores, a abstenção foi equivalente à época da pandemia, em 2020. Isso é muito grave. Porque as pessoas estão achando que nós, agentes políticos, não valemos nada. Ninguém acredita em nada. A população acha que somos todos farinha do mesmo saco”, afirmou.
Daniel Marques (PL) credita o descrédito em parte à violência na campanha eleitoral. “Eu vi cada bizarrice. Eu particularmente não vi essa festa como democrática. O desrespeito às regras eleitorais eram dos dois lados”, disse.
Vetos mantidos
O primeiro veto parcial votado era sobre o projeto de lei 306/21, de autoria do vereador Leandro Portugal (MDB), que determina a notificação compulsória de todos os casos confirmados de esporotricose no município. Foi mantido com 11 votos favoráveis e 3 contra.
O segundo veto foi sobre o projeto de lei 103/24, de Anderson Pipico (PT), mantido com 10 votos a favor e dois contra.
A proposta autoriza a criação do programa “Passe Livre Digital”, que garante acesso à internet grátis aos estudantes do município.