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UFF desenvolve bateria que pode transformar o mercado de eletrônicos
Pesquisa inovadora do Instituto de Física da universidade abre caminho para novas tecnologias sustentáveis na área de energia
UFF desenvolve bateria que pode transformar o mercado de eletrônicos
Foto do autor Leonardo Brito Leonardo Brito
Por: Leonardo Brito Data da Publicação: 15 de abril de 2025FacebookTwitterInstagram
Divulgação UFF

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) está desenvolvendo uma bateria baseada em polímeros fluorados, que, segundo os docentes, apresenta eficiência e é mais acessível, em relação as baterias de íon-lítio, que apesar de revolucionar a área da eletrônica e da mobilidade elétrica, possuem alto custo além de impactar no meio ambiente. A bateria de íon-lítio é aquela que é usada em diversos equipamentos, como celulares, laptops, veículos elétricos, sistemas de energia solar. 

 

Coordenado pelo professor Samuel Bertolini, do Instituto de Física da UFF, a proposta traz o PANfon, uma mistura de poliacrilonitrila (PAN), que é um polímero simétrico com teflon, como principal objeto de pesquisa, um composto conhecido pela resistência química e usado em revestimentos antiaderentes. O projeto já foi patenteado e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Rio de Janeiro (FAPERJ).


 

Resultados Experimentais 


 

Uma nova família de baterias

 

A tecnologia desenvolvida na universidade emprega flúor como material ativo, que atua como componente na liberação e armazenamento de energia, tornando o desempenho do cátodo mais eficiente. Bertolini explica que essa aplicação é inédita na ciência dos materiais. “A bateria é completamente diferente de todas as outras. Eu diria que seria uma nova família. Não tem ninguém que eu saiba que faz nada próximo, parecido ou semelhante.”, afirmou o professor Samuel. 

 

A grande vantagem está na capacidade de armazenamento de energia. “Enquanto uma bateria comercial de íon-lítio tem capacidade em torno de 140 mAh/g, a que desenvolvemos, após começar com apenas 30 mAh/g, cresceu exponencialmente ao longo dos ciclos de carga e descarga. Hoje, o desempenho já ultrapassa 1000 mAh/g, oito vezes mais do que as baterias comerciais. Os resultados são promissores e o próximo passo é contextualizar os motivos que levam a esse crescimento da capacidade”, destaca o pesquisador.

 

Bateria de lítio



Impacto no mercado e novas aplicações

 

Segundo a Universidade, o custo de produção dessa nova bateria é significativamente menor do que o das baterias de íon-lítio tradicionais. Isso pode torná-la mais acessível para uso desde eletrônicos até veículos elétricos e até para outros tipos de baterias. 

“Usaremos sódio e magnésio em testes, com certeza deverá funcionar. Essa adaptação pode ser grande nos estudos de armazenamento de energia, pois torna as baterias mais baratas, sustentáveis e eficientes”, explica.

 

O professor destaca que a pesquisa já tem uma patente aprovada e está em processo de proteção internacional, com planos de registro na China, Europa, Estados Unidos, Japão e Vietnã. A ideia é avançar nas etapas da pesquisa, a fim de, futuramente, buscar investidores para comercializar a tecnologia.

 

Equipe do laboratório de física da UFF 

 

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